As árvores falsárias

A campanha para as autárquicas acabou ontem. Aqui nos Olivais os elementos da Junta de Freguesia - sob responsabilidade do PS desde 1989 -, atolados em investigações sobre más práticas e invectivas de inacção, cindiram-se em duas listas. A “oficiosa”, sob inspiração da actual presidente, e a “oficial”, sob liderança do actual n.° 2. Dessa mole também emanou o cabecilha da lista CHEGA (!)...
Uma das críticas mais constantes à actual Junta é o descuido desde há anos com os espaços verdes olivalenses. Anteontem, quinta-feira, 3 dias antes das eleições, a Junta foi até à Rua Cidade do Lobito, àquela agora mini-charneca que em tempos fora ajardinada. E plantou 3 árvores...! “Para freguês ver”...
Bem para além das identidades partidárias, das sensibilidades ideológicas - e até de hipotéticas simpatias pessoais - como é possível ainda votar neste tipo de vizinhos?
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É um anacrónico paternalismo estatal - de facto, uma tutela verdadeiramente inadmissível - este chamado "dia de reflexão". Uma espécie das velhas aulas de "estudo", nas quais os "setôres políticos", sob vistoria do Reitor Legislador, nos querem obrigar a "reflectir" sobre as coisas num silêncio disciplinado.
As décadas passam e em nenhuma legislatura se termina esta fantochada. Os senhores deputados de todos os partidos ainda pensam que nos devem tutelar. Ou seja, não se vêem como nossos representantes mas sim como nossos tutores.
Resmungo à parte: para quem se possa interessar afixei na página inicial do meu "O Pimentel" alguns textos que escrevi nos últimos tempos sobre as eleições autárquicas nos meus Olivais. Não para que os infantes compatriotas (e os residentes estrangeiros, que também podem votar) os "estudem". Mas porque tenho todo o direito de o fazer hoje. Como em qualquer outro dia.

