António
António, figura incontornável do cartoon de expressão portuguesa, tanto a nível interno como internacional, numa feliz iniciativa da SOMOS – Associação de Comunicação de Língua Portuguesa, com o apoio de diversas personalidades e entidades, inaugurou em Macau, no momento em que se celebram os 25 anos da criação da RAEM, uma exposição dos seus trabalhos sob o título "50 anos de humores".
Poder apreciar o seu labor de tantas décadas, dos desenhos mais polémicos aos mais consensuais, constitui uma oportunidade imperdível e um deleite para os olhos pela genialidade e precisão do seu traço.
E quanto à ausência de alguns desenhos, que não viajaram até ao Clube Militar, certamente que ninguém estranhará.
A liberdade de expressão contemplada na Constituição portuguesa de 1976 e acolhida pela Declaração Conjunta Luso-Chinesa de 1987 tem vindo a "evoluir" desde 20 de Dezembro de 1999 e adquiriu contornos específicos.
Esta exposição é a prova da justeza do que alguma rapaziada dizia quando afiançava haver mais liberdade de expressão na RAEM do que aquela que houve até ao último dia da presença colonial portuguesa.
O tempo deu-lhes razão.
E bem mais depressa do que aquilo que todos poderíamos imaginar se comprova que o silêncio não vale o mesmo em todas as latitudes. Nalgumas vale ouro.