Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Always handsome (off the record)

Cristina Torrão, 01.05.22

Ayrton Senna (5).jpg

Ayrton Senna da Silva

Foto Por Instituto Ayrton Senna - Ayrton Senna 8.jpgFlickr, CC BY 2.0

Abro uma excepção nos "handsome vivos", porque faz hoje 28 anos sobre a morte trágica de Ayrton Senna. E porque vi recentemente, e pela primeira vez, o filme-documentário de Asif Kapadia sobre a carreira daquele por muitos apontado como o melhor condutor de Fórmula 1 de todos os tempos.

Este filme foi, para mim, uma verdadeira viagem no tempo. Um tempo, em que eu não perdia uma transmissão televisiva de um Grande Prémio, mesmo que isso significasse fazer uma directa (vários Campeonatos do Mundo foram decididos no Japão, começando as corridas pelas 4 horas da madrugada). Um tempo, em que quase esquecemos a existência do futebol, com discussões acaloradas entre os fãs de Senna e de Prost, pondo mesmo em causa certas amizades. Um tempo, em que eu passava parte do ano a poupar dinheiro (vivia em Vila nova de Gaia), a fim de poder assistir ao vivo às corridas no autódromo do Estoril.

GP - BIlhete.png

A partir de 1 de Maio de 1994, a Fórmula 1 deixou de existir para mim. Enterrei tudo, com o funeral de Senna. A visualização deste filme arrancou em mim recordações e emoções com uma intensidade inesperada. As imagens dos bastidores, que não conhecia, além de elucidativas, fascinaram-me, como se tivesse regressado aos vinte e poucos anos, quando tantas vezes desejava saber o que se passava por trás das corridas.

O filme mostra-nos um Senna forte e frágil, ao mesmo tempo, obcecado com as vitórias, porque ciente do seu talento. E assim sentimos a sua amargura ao ser injustiçado, em certas ocasiões, devido à amizade entre Alain Prost e Jean-Marie Balestre, presidente da FIA até 1991. As emoções, em Senna, transbordavam para além dele e infectavam-nos, o segredo da fascinação que ele provocava em nós, os seus fãs.

Handsome forever!

40 comentários

Comentar post