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Delito de Opinião

Alcochete e o jornalismo actual

jpt, 16.05.18

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Várias equipas de jornalistas estão em Alcochete, ao portão da "academia" do Sporting. Chegam dezenas de encapuzados, não há imagens. "Disseram-nos para baixarmos as cameras e não filmarmos. O que logo fizemos", dizia, até assertivo o jovem da RTP. "Depois entraram e caminharam cerca de 100 a 150 metros até à ala do futebol profissional", e as equipas de reportagem ficaram, cameras baixas, microfones mudos, ali ao portão. "O grupo esteve cerca de 15 minutos nas instalações". E depois há poucas imagens de um grupo já longínquo retirando-se. De tudo o resto, agressões, distúrbios, vandalização das instalações? Nada. Veremos, depois, 17 segundos de uma filmagem com telemóvel, decerto que feita por um profissional do clube no balneário. Apenas isso.


É fácil falar de fora (e alguns dirão que nunca arrisquei algo, o que não comentarei). Mas um tipo habitua-se a ver, até de espontâneos, imagens de incêndios, atentados, guerras, catástrofes. E também "directos" inopinados, até de coisas patetas (o treinador em férias a chegar ao aeroporto, ficou célebre). Não faltou ali qualquer coisa àquela rapaziada toda? E não falo de difíceis condições de trabalho, estágios, recibos verdes, parcas remunerações ...

2 comentários

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    jpt 16.05.2018

    Luís Lavoura, nos comentários no meu último postal aqui no DO já elaborei sobre este tipo de atitude que grassa em alguns dos "comentadores residentes" do blog. É um bocado adolescente, a contraposição pela contraposição. E assim a qualquer coisa que se diga lá vem o resmungo. Acontece que assim um hipotético debate se esvai pela nulidade ou desajuste da contra-argumentação. A que propósito é que V. vê no meu postal algum desejo de ver as caras dos assaltantes, alguma mistura do acto jornalístico (de reportagem) com o policial? Nada disso está no texto, apenas é uma invenção sua (ou uma dedução incompetente). Quer criticar, contrapor? Anuncie a sua desvinculação ao jornalismo do espectáculo, das imagens extraordinárias - como refiro no pequeno texto, aquele a que nos habituámos, nas catástrofes e incidentes. Mas o facto é que será esse o paradigma a que estes jornalistas (decerto que jovens, usualmente os enviados para estes "exteriores" rotineiros) estão vinculados, por ambiente cultural e por formação profissional. E, como jornalistas (homens como todos nós, com suas cautelas e temores, como é óbvio; mas jornalistas, com seus objectivos, ídolos, aspirações e sonhos, mundividências) nada actuaram. Só isso - nada de polícia, nada de vontade de ver a cara dos imbecis trogloditas, entretanto detidos. Mas, acima de tudo, e repetindo, para quê esta atitude aparentemente crítica no blog? Tão pouco interessante.
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