Alcochete e o jornalismo actual
Várias equipas de jornalistas estão em Alcochete, ao portão da "academia" do Sporting. Chegam dezenas de encapuzados, não há imagens. "Disseram-nos para baixarmos as cameras e não filmarmos. O que logo fizemos", dizia, até assertivo o jovem da RTP. "Depois entraram e caminharam cerca de 100 a 150 metros até à ala do futebol profissional", e as equipas de reportagem ficaram, cameras baixas, microfones mudos, ali ao portão. "O grupo esteve cerca de 15 minutos nas instalações". E depois há poucas imagens de um grupo já longínquo retirando-se. De tudo o resto, agressões, distúrbios, vandalização das instalações? Nada. Veremos, depois, 17 segundos de uma filmagem com telemóvel, decerto que feita por um profissional do clube no balneário. Apenas isso.
É fácil falar de fora (e alguns dirão que nunca arrisquei algo, o que não comentarei). Mas um tipo habitua-se a ver, até de espontâneos, imagens de incêndios, atentados, guerras, catástrofes. E também "directos" inopinados, até de coisas patetas (o treinador em férias a chegar ao aeroporto, ficou célebre). Não faltou ali qualquer coisa àquela rapaziada toda? E não falo de difíceis condições de trabalho, estágios, recibos verdes, parcas remunerações ...