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Delito de Opinião

A última manhã de John Kennedy

Pedro Correia, 22.11.14

 

Imagens que permaneceram inéditas durantes longos anos. Imagens que ainda hoje comovem e impressionam. As da última manhã de vida de John Fitzgerald Kennedy, 35º presidente dos Estados Unidos, assassinado numa sexta-feira, faz hoje 51 anos. Ao pequeno-almoço em Fox Worth, perante duas mil pessoas, ofereceram-lhe um típico chapéu texano que ele prometeu usar na segunda-feira seguinte, na Casa Branca.

Nunca viria a cumprir a promessa. Tudo porque a chuva matutina em Dallas deu lugar a um radiante sol de Outono. Foi quanto bastou para que a capota do Lincoln Continental, a limusina do presidente, fosse recolhida e o veículo rodasse descapotável pelas ruas da cidade.

"Um caloroso acolhimento ao presidente. Não houve perigo de qualquer espécie. E não há vestígio de reacções adversas à visita presidencial. Foi um grande espectáculo: Dallas não voltará a ver outro durante muito tempo", declarou o jornalista que relatava a emissão televisiva em directo no momento em que a caravana presidencial fazia a curva em cotovelo na Praça Dealey, virando à esquerda para entrar na Elm Street.

A última curva na vida de Kennedy. Segundos depois das palavras insolitamente proféticas do jornalista, um tiro disparado de uma janela do terceiro andar de um armazém de livros escolares desfez a caixa craniana do homem mais poderoso do planeta, mudando a história dos EUA.

Um golpe do acaso conduziu ao fatídico desfecho, pressionando o dedo que o assassino já tinha no gatilho. E tudo poderia ter sido bem diferente: bastaria que a chuva tivesse continuado a cair em Dallas durante mais um par de horas.

7 comentários

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    Pedro Correia 22.11.2014

    Sim. Se a chuva tivesse persistido, Kennedy teria percorrido as ruas de Dallas no Lincoln blindado com capota. Não haveria a menor hipótese de ter acontecido o que aconteceu.
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    Vento 23.11.2014

    Ou não compreendeu a questão ou fingiu não compreender, Pedro.

    Pretendi dizer que com ou sem chuva a morte de John estava preparada em Dallas e lá ocorreria.

    Certamente que ninguém imaginará que Bob, o irmão, foi morto porque o tempo era favorável.

    https://www.youtube.com/watch?v=5BpNoHkc5YY

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    Vento 23.11.2014

    Já agora, Pedro, uma vez que o fascina em termos de investigação o tema do assassinato de Kennedy, deixe-me partilhar consigo um link sobre a morte de Bob, é uma entre muitas versões em torno deste caso que está também por concluir:

    https://www.youtube.com/watch?v=tpb6GhJ_AbU
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    Pedro Correia 23.11.2014

    Caro Vento: agradeço-lhe muito as pistas que aqui me traz.
    Confesso-lhe que, pelo meu lado, ao longo de todos estes anos, já li centenas ou até milhares de textos e documentos sobre o assassínio do presidente Kennedy - um tema que não cessa de me fascinar. Já li as teses mais mirabolantes: que foi vítima de um 'complot' da CIA, do KGB, da Rússia, de Cuba, da extrema-esquerda, da extrema-direita, da Mafia, dos republicanos, do vice-presidente Lyndon Johnson, dos próprios agentes dos serviços secretos e até do motorista da viatura em que seguia.
    Devo dizer-lhe que a conclusão mais firme a que cheguei, ao fim de tudo, é que o acaso desempenhou um triste, chocante, lamentável mas muito provável papel neste drama. Como refiro no texto, bastaria ter continuado a chover em Dallas naquela manhã para a história ser diferente.
    Nós fechamos muitas vezes os olhos a estes factores aleatórios, não racionais, não previsíveis, mas eles existem. E a vida, com as suas luzes e as suas sombras, também é feita delas. Como diz o escritor Paul Auster, dependemos de muitos impoderáveis - mas do acaso antes de tudo o resto.
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    Vento 23.11.2014

    Pedro à teoria do acaso contrapõe-se o facto que é designado por assassinato. Logo, na determinação desta circunstância. a premeditação e elaboração contraria essa tese.
    O enredo pode ter várias dimensões, como refere, mas isto não é o fruto da decisão e consumação, mas sim da explicação tíbia que inicialmente se apresentou.

    Nesta tese poderia ser enquadrada a questão da morte de Sá Carneiro, o acaso fê-lo mudar de avião. Não obstante terem sido encontrados vestígios metálicos na carne e nos ossos do piloto que determinam o facto de ali estarem não por impacto mas por força de uma explosão.
    Bem, no caso Kennedy, ser-me-á difícil admitir que todos os pormenores forenses também sejam obra do acaso. E até mesmo o facto de um projéctil ter desfeito também a parte lateral do crânio contrariando a trajectória de um atirador localizado no depósito de livros que não teria visão para tal suceder.

    Estamos no domínio dos factos e não das teorias. As teorias necessitam ser aclaradas, ao contrário do que já se sabe sobre os aspectos forenses.
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    Pedro Correia 23.11.2014

    O caso de Sá Carneiro é também um excelente exemplo daquilo a que designo de Teoria do Acaso. Tendo havido um atentado, como é cada vez mais consensual que ocorreu, o visado nunca poderia ser ele pois só decidiu embarcar naquele fatídico voo minutos antes do início da viagem.
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