A retórica do crescimento
Independentemente das diferenças de riqueza e de cultura, há contudo semelhanças decisivas entre os países de mais lento crescimento, incluindo o Japão. São três os traços comuns mais importantes: a demografia (elevada longevidade e baixa fecundidade); o consequente peso das reformas e das despesas de saúde, seja qual for o sistema de segurança social; e a melhor protecção ambiental do mundo (Portugal é, segundo o Eurostat, o 6º país da UE com maior peso das energias renováveis). É isto que se pretende trocar pelo crescimento do antigo «terceiro mundo»? Ou é por isto que a Europa tem os custos acrescidos e as dificuldades de crescimento que conhecemos?
Excerto de texto de Manuel Villaverde Cabral, no Observador.