A reconquista
Nas últimas 72 horas, a Ucrânia tem reconquistado largas parcelas de território, sobretudo na região de Carcóvia, segunda maior cidade do país, beneficiando da humilhante debandada dos soldados russos, que fogem a toda a pressa, deixando para trás centenas de veículos militares e carros de combate, abandonados ou destruídos. Recuperou mais de três mil quilómetros quadrados quando se assinalam 200 dias da agressão russa. Desmentindo em toda a linha o alegado «poderio» do aparato bélico de Moscovo, que - prova-se agora - não passava de um tigre de papel.
Esta reconquista, que repõe forças ucranianas no domínio de cidades como Izium e Kupiansk, cobre de ridículo aqueles patéticos majores-generais que no início da traiçoeira ofensiva do Kremlin em território ucraniano, quando Putin imaginou deter direito de pernada sobre o país vizinho, entoaram hossanas ao ditador russo nas pantalhas portuguesas.
Refiro-me ao senhor Agostinho Costa, que a 28 de Fevereiro declarava, com um brilhozinho nos olhos: «Putin vai conseguir.»
E ao senhor Carlos Branco, que a 3 de Abril balbuciava, com um ligeiro tremor na voz: «Eu não tenho elementos suficientes para corroborar [as acusações de crimes de guerra praticados por militares russos contra civis ucranianos].»
E ao senhor Raul Cunha, que a 30 de Abril enaltecia a «libertação de Mariúpol», cidade arrasada pelas ogivas russas.
Derrotados, também eles, nesta intrépida contra-ofensiva da nação ucraniana face ao invasor neonazi.
Slava Ukraini!
Soldados ucranianos exibem bandeira do seu país em Kupiansk (10 de Setembro)