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Os números preocupam e as imagens transtornam. Urgências entupidas, filas de ambulâncias à porta, médicos e enfermeiros exaustos, assim nos mostra a comunicação social o caos provocado pelo Covid no SNS.
Só que há exactamente um ano, ainda a senhora das orquídeas descansava-nos com a improbabilidade do vírus chegar cá e a semanas da ministra da agricultura via na epidemia (que já se fazia à estrada) oportunidades para os nossos agricultores, a mesma comunicação social relatava-nos urgências entupidas, filas de ambulâncias, médicos e enfermeiros exaustos. E em 2019, muitos meses antes de ficarmos a conhecer o comércio de caça nos mercados chineses, a comunicação social mostrava-nos urgências, ambulâncias, médicos e enfermeiros. E em 2018. E em 2017. E recuasse eu mais, mais encontraria.
Sim, os números preocupam e as imagens consternam. Mas a base da nossa tragédia é isto: o SNS não precisa do Covid para entrar em colapso com a chegada destes frios de Janeiro - tem conseguido fazê-lo muito bem sozinho.
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