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Delito de Opinião

A pluma conivente

jpt, 30.08.18

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Julgo que este administrador integrou um governo ao qual Sócrates pertenceu. Socialista, passou a década seguinte botando na imprensa e no bloguismo, e cruzando altos postos. Nunca aflorou, escavando-a, a temática socratiana. Não lhe terá ocorrido. Um tipo tira a conclusão óbvia: foi conivente (cúmplice não o posso afirmar, sem provas seria difamação dizê-lo) com aquela ladroagem, com todo o nepotismo e patrimonalismo (ou então é um estúpido, pois não percebeu nada apesar de tantos indícios e de frequentar - e de que maneira - o poder político). A única coisa que lhe interessa retirar do momento actual, em registo de miserando "achismo", e assim de total inépcia intelectual, é que a "direita" (à direita de quê, do seixascostismo?) tem uma "candidata" contra os pintos monteiros do PS.

 

Há algumas semanas Santos Silva, outro que tal, entrevistou-se no Expresso e disse sobre o passado recente do PS e seus governos (dos quais julgo ser ele totalista desde Guterres) que não faz "julgamentos éticos" do passado. Um aldrabão militante, pois o que se exige, e sabe-o bem, são julgamentos (no sentido de avaliações críticas) políticos, sobre o funcionamento das instituições estatais e da sociedade civil (em particular os partidos) face a estas necroses patrimonialistas. Esta gente continua no seu incessante esforço de obscurecer - pelo adormecimento da opinião pública e através da obstrução ao funcionamento da justiça - as práticas criminosas do partido a que se associaram. São cúmplices (agora sim) desse obscurecimento do real, são coniventes com a criminalização do Estado português.

 

Há algum tempo sobre esta loquaz pluma conivente aqui utilizei o termo "colaboracionista". Com este estado de coisas. O bom do Pedro Correia, sempre exemplo de elegância, chamou-me a atenção, pois o termo está de tal forma semanticamente conotado (com a associação ao nazismo) que lhe pareceu exagerada e descabida (e talvez improdutiva) a sua utilização para com o antigo embaixador e secretário de estado. Tive que concordar com o nosso coordenador, sempre exemplar. Mas discordo agora, e radicalmente: esta investida do administrador socialista, cavalo no jogo de xadrez para o amansar da procuradoria-geral da república, é um vil acto de colaboracionismo. Com a ladroagem estabelecida. 

 

E depois dizem que são de "esquerda". Esquerda o quê? ...

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