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Delito de Opinião

A mó de baixo

Luís Naves, 02.09.18

Parece ser uma daquelas regras absurdas da vida, mas quando uma pessoa está na mó de baixo recebe sempre mais críticas, seja de desconhecidos, de familiares ou de amigos com boas intenções. Dizem eles que deve haver alguma coisa de errado com alguém que pareça um óbvio fracasso: esforços inúteis, esforços insuficientes, ilusões ou caminhos que não dão em nada. Enfim, algo estará errado, e então aparecem aqueles conselhos que já foram explorados, aquelas observações que já foram pensadas, as ligeiras críticas veladas que mandam a auto-estima ainda mais abaixo. Não tens qualidades para o que tentas fazer ou vives numa estúpida mania de grandezas, enfim, não te sabes avaliar e quando insistes num plano estás a bater com a cabeça na parede. Se a tua vida é um buraco, então pára de escavar, dizem os amigos; se não funciona este caminho, não insistas, mas por outro lado não fiques a dormir a sesta, à espera que os teus problemas se resolvam sozinhos, embora isso (no teu caso, mas só no teu caso) não seja inteiramente má ideia, pois é preferível não dares nas vistas, fingires que está tudo bem, sorrires e confiares. A mó de baixo é culpa de quem lá está, portanto, é culpa tua. Para ti, a fasquia estará sempre mais alta, pelo menos até deixares de ser um desgraçadinho. Ah, e não critiques ninguém, pois no teu caso só pode ser inveja.

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