A informação da RTP
(Rohm)
Em Portugal há um pequeno movimento fascista. Não exactamente um partido, mais uma turba holiganesca, "cabeças rapadas". Convirá lembrar que até Hitler mandou exterminar os seus SA, dos quais estes são epígonos, por desnecessidade do seu radicalismo desordeiro, da sua bestialidade (e, é certo, das ambições do seu chefe, Rohm, que aqui vos deixo em imagem).
O seu chefe foi condenado a 10 anos de prisão e cumpriu 6, penas muito pesadas em Portugal, mostrando a radical marginalidade deste universo - um dos crimes pelos quais foi condenado refere-se a um assassinato por motivos racistas (pelo qual foi condenado 13 anos depois do acontecido, o que mostra a inércia judicial portuguesa). Saído da prisão prepara um "novo" partido. E para captar visibilidade para a sua agenda anuncia a sua candidatura a chefe de uma claque do Sporting - à qual nem sequer pertence -, estrategicamente aproveitando o burburinho que a crise no clube tem provocado.
A RTP, serviço público de televisão e de informação, apresta-se a ir ouvi-lo "sobre o Sporting", dá-lhe tempo de antena, visibilidade. Se eu apupar esta abjecção da informação da RTP dirão que apelo à censura. Se eu ripostar aludindo à sageza sobre "critérios informativos" (alguma vez alguém se dedicou a reportar eleições em claques?) responderão, altaneiros, que isso é com eles, oficiais do ofício. Se eu aludir a que eles, RTP, vivem de um esbanjo monumental dos impostos portugueses dirão que sou um "neoliberal" ("lusotropicalista"?). Se eu lhes disser que são uns colaboracionistas são capazes de se ofender (e merecem todas as ofensas, toda a "violência verbal").
E se eu lhes disser a verdade - que estão apenas preocupados com as audiências, e por isso fazem tudo - negarão. Mentindo, sem qualquer vergonha. E sem qualquer deontologia, essa que lhes veta, como jornalistas, a prática da "inverdade", como agora se diz.*
* Sendo o Delito de Opinião um blog colectivo, assim uma articulação de sensibilidades locutoras, este postal está amputado do insulto (merecido) que consta do postal original, destinado a todos os funcionários da RTP, todos eles coniventes com esta desgraceira.