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Delito de Opinião

A incompetência de António Costa

jpt, 15.01.22

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Estamos a quinze dias das eleições, em plena campanha eleitoral. Nos últimos dias o ex-ministro da Administração Interna, Cabrita, é constituído arguido naquele processo de atropelamento, no qual teve, pelo menos, uma prática discursiva patética (o que será uma avaliação universal, independente das simpatias políticas de cada um), para além de uma atitude moralmente condenável (o que já dependerá do ponto de vista de cada um. Mas, caramba, é preciso ser muito faccioso para não lhe apontar o dedo...). E agora o tribunal absolve o ex-ministro da Defesa, Lopes, no grave caso do roubo de armamento militar, por o considerar incompetente para o exercício de funções governamentais (e já nem falo da atitude do ex-ministro ao aceitar essa argumentação para se libertar do processo que lhe fora colocado, uma evidente falta de auto-respeito). Ou seja, ao absolver Lopes o tribunal exara uma clamorosa censura a quem o escolheu para ministro, António Costa.
 
Ambos os ex-ministros foram muito criticados por parte da opinião pública e por alguma imprensa. Mas foram também veementemente defendidos pelos "fazedores de opinião" (comentadores, jornalistas) e pelo PS. E, acima de tudo, pelo Primeiro-Ministro Costa, que os sustentou até ao limite do politicamente possível.
 
Se o primeiro governo de Costa foi muito criticado pela sua "endogamia" (até literal), pelo seu ensimesmamento em torno de um pequeno núcleo socialista, este segundo que agora terminou tentou limpar-se dessa imagem, pelo menos abdicando de integrar relações familiares. E as opções de Costa deram nisto: para pastas fundamentais teve uma confiança total num mero "passageiro" que acaba arguido, imoralizado num acidente mortal decorrido em matéria da sua tutela; uma confiança total num juridicamente considerado inimputável, por incompetência intelectual, para exercer a tutela sobre as matérias que lhe competiam.
 
E é absolutamente inenarrável que a mole de apoiantes do PS, militantes, simpatizantes, avençados, meros eleitores flutuantes, face a isto tudo não encarem Costa com, pelo menos, uma estupefacta suspeição sobre a sua competência para chefiar governos. Ainda por cima, repito, porque estamos a apenas quinze dias de eleições.
 
(Mas, estou certo, muitos deles andarão para aí a botar a conversa sobre a competência e legitimidade do P-M da longínqua e pérfida Albion que deixa o seu gabinete fazer festas durante o Covid. Às vezes é uma desgraça ser... compatriota desta gente).

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