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Delito de Opinião

A imprensa e o "Terceiro Mundo"

jpt, 01.10.22

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Há dias houve (mais) dois episódios bem denotativos do ambiente, muito induzido, vigente nos espectáculos desportivos, que vai passando incólume diante da opinião pública  - que continua a considerar muito normal a "oposição" entre adeptos - e do Estado, apesar dos sucessivos governos produzirem declarações de boas intenções e, até, criarem "organismos" destinados à vigilância e pacificação desses espectáculos. Agora as coisas vieram mais para os escaparates dado que havia crianças envolvidas nos dislates, primeiro em Famalicão, depois no Estoril (como a fotografia ilustra). 
 
A ausência de repressão sobre a ralé clubista é notória, bem como o seu acarinhar, tanto pelas "instituições de utilidade pública" que são os clubes desportivos como pela imprensa, que se desdobra em mesuras e atenções para os "dirigentes" e actividades dessas faunas. E nisso há uma inculta incompreensão sobre as características (repito, muito induzidas) destes processos. 
 
Por isso tanto me chamou a atenção um postal do escritor moçambicano Luís José Loforte), que resume bem a ignorância da imprensa portuguesa que aflora o assunto. Pois há dias disse Loforte: "Nos jogos [de futebol] em Moçambique tenho notado que cada um vai com a camiseta do clube da sua predilecção e senta onde bem lhe apetece, ou onde a sua carteira lhe permitir, sem problemas e onde quer que seja. Foi pungente a imagem do menino português, adepto do Benfica, obrigado a assistir o jogo de tronco nu apenas porque estava entre adeptos do Famalicão. Mais triste ainda foi um jornalista [televisivo] a dizer: "Até parece um país do terceiro mundo!". E quando li tamanha burrice, conclui: como Moçambique, por exemplo!"
 
Não haja dúvida, uma imprensa do "Terceiro Mundo". E uma tutela estatal sobre o desporto que é do "Terceiro Mundo". Isto para se falar de forma a que esta ignorante gente perceba...

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