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Delito de Opinião

A hilariedade do pagem na mangedoura

Pedro Correia, 21.04.21

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Leio um romance de uma escritora noutros tempos muito celebrada, ao ponto de ter recebido prémios literários, ser enaltecida em páginas culturais da imprensa e merecer destaque em antologias. 

À medida que desfilam os capítulos, vou pasmando com a sucessão de erros ortográficos - alguns bem graves. Não são gralhas: são mesmo erros, aliás reiterados. E que foram passando incólumes de edição em edição: esta que tenho entre mãos é já do ano 2000. O que me leva a questionar em que estado viria aquele original quando pela primeira vez foi remetido a um editor, na segunda metade da década de 60.

Eis alguns exemplos: pagem (em vez de pajem), grangear (em vez de granjear), hilariedade (em vez de hilaridade), eminente (em vez de iminente), emerso (em vez de imerso), mangedoura (em vez de manjedoura). Erros a mais para passarem sem um reparo crítico. Enquanto reforço a minha convicção de que há muito escritor a necessitar com urgência de regressar aos bancos da escola. Básica.

Não pensem que são casos isolados. Tenho assinalado vários tão graves como estes em diversas obras literárias, por vezes até de autores que cometeram best sellers (bestas céleres, como dizia Alexandre O'Neill). Daria para uma secção regular no DELITO, garanto. Ou na revista Ler, onde vou escrevendo uma vez por outra. 

Se os "consagrados" escrevem assim, em sisudas obras até recomendadas no douto Plano Nacional de Leitura, como haveremos de admirar-nos de ver tanta calinada à solta na bagunça das redes sociais? 

3 comentários

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    Pedro Correia 21.04.2021


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    Pedro Correia 21.04.2021

    (provocou-me "hilariedade"...)
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