A Forma da Água
Se o Fabuloso Destino de Amélie e O Labirinto de Fauno procriassem o resultado seria A Forma da Água. A estética do filme é lindíssima e inolvidável. A história é solvente e os personagens também. E é fiel à ideia subjacente a toda (ou quase toda) a filmografia de Guillermo del Toro: a fantasia não é escapismo, mas sim uma forma de confrontar os horrores do mundo.
Apontam-lhe descuidos e incongruências – dizem, por exemplo, que é pouco plausível que uma simples funcionária de limpeza tenha acesso a um laboratório secreto. Importa recordar que A Forma da Água gira em torno a um monstro anfíbio com poderes curativos. Portanto, e ao contrário de The Post, esta longa-metragem não está obrigada a uma adesão rigorosa à realidade. Pela parte que me toca, o Óscar de Melhor Filme e o de Melhor Realizador estão bem entregues.