A destruição dos filmes clássicos.
Concordo inteiramente com o JPT no post aqui abaixo. Achei a nova versão de Um Crime no Expresso do Oriente um verdadeiro assassinato da personagem de Poirot, e uma patética destruição de um filme que na versão de Sidney Lumet é uma obra-prima e um festival de bons actores. Albert Finney foi para mim o melhor Hercule Poirot de sempre, enquanto que Keneth Brannagh é seguramente o pior, e não é por ter um bigode de proporções colossais que se aproxima minimamente da personagem de Agatha Christie.
Mas infelizmente é o que se está a passar com estes sucessivos remakes de filmes clássicos. Não é só o Sherlock Holmes que foi totalmente descaracterizado nos filmes recentes. Também o James Bond actual já nada tem a ver com os anteriores e muito menos com a personagem criada por Ian Fleming. E em Portugal também passámos a ter remakes ridículos de filmes de época como o Pátio das Cantigas, O Leão da Estrela, e a Canção de Lisboa, de tão maus que devem ter feito os antigos actores e realizadores dar voltas no túmulo.
Mas a verdade é que a actual sociedade só liga ao dinheiro e estes remakes constituem sucessos comerciais, pelo que são repetidos até à exaustão. Até já perdi a conta às sucessivas versões do King Kong, quando King Kong só há um e é o de 1933. Mas, pelo vistos, enquanto o macaco gigante fizer render o peixe, lá voltam sempre os filmes dele. Se continuarmos com este disparate amanhã teremos uma nova versão de Casablanca, com Kenneth Branagh no lugar de Humphrey Bogart, montado num camelo a fugir de uma perseguição de nazis pelas areias do deserto. Haja juízo e respeito pelas obras-primas do cinema.