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Delito de Opinião

A culpa é de Passos Coelho

jpt, 12.03.21

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Estes são dados do Observatório da Emigração. Aproveito para recordar um postal - "O Milagre das Rosas" - de 2010, no qual ecoei um artigo do Libération (o qual deixou de estar disponível). Portugal fora na década então finda o 3º país mundial com menor crescimento económico e tinha 350 mil emigrantes naquele quinquénio. E para não deixar resumir isto da estrutural emigração portuguesa a dichotes advindos das querelas partidárias, recomendo este artigo de 2019, "Portuguese emigration today", do sociólogo Rui Pena Pires. O qual será insuspeito de simpatias pela "direita".

Há muito a reflectir e mais ainda a fazer para obstar a este constante (e histórico) drenar. Mas há algo mais imediato que poderia ser feito, para melhorar essa necessária actuação. Há um mês aqui deixei nota sobre a execrável afirmação televisiva de Ana Drago, no afã de salvaguardar o actual governo: a disseminação do Covid-19 após o Natal deveu-se às visitas dos emigrantes em Inglaterra, fluxo acontecido durante o governo de Passos Coelho. Os números, consabidos, mostram bem a indecência da formulação. Drago nem sequer é (por enquanto) militante do PS, a vil patacoada não foi uma fidelidade conjugal mas apenas um episódio de prostituição política. 

A questão é a da expressão pública televisiva e sua influência. Já nem falo desta pantomina de haver políticos no activo a fazerem de comentadores, em contextos que lhes encenam poses algo "neutrais", como se autónomos dos seus partidos - o caso mais risível é o da secretária-geral adjunta Mendes, ali ombreando com os aparentes "senadores flanantes" Pacheco Pereira e Lobo Xavier. Ou este Medina, que nos cabe como presidente de Lisboa, também "comentador" a tempo parcial, como se não estivesse a "full-time" em campanha. Mas a questão é para além disso, que pelo menos esses os espectadores reconhecem de imediato como "a voz do partido". A questão é a da pertinência das televisões se encherem destes Drago, simulando "olhares distanciados", analíticos e mesmo críticos. E que nada mais são do que "vozes de dono", cartilheiros.

E este caso, constante, da utilização da emigração portuguesa como invectiva a um governo - que geriu, mal ou bem, uma situação herdada - é um exemplo típico do aldrabismo de gente que é paga para nos "fazer a cabeça". Para baixar a emigração será melhor começar por melhorar a locução. Expugar-nos de cartilheiros, venham de onde vierem. E depois fazer o resto...

7 comentários

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    Anónimo 12.03.2021

    Havia emigração antes durante e depois do reinado de Passos Coelho.

    Agora nunca existiu foi um Primeiro Ministro como o Passos Coelho a dizer para os Portugueses emigrarem e isso é lamentável.

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    Anonimus 12.03.2021

    Há tanto por onde pegar...
    Primeiro, no tempo do Passos havia fuga de cérebros, antes e depois há o orgulho de vermos jovens qualificados em locais como CERN.
    Segundo, Passos não "mandou ninguém emigrar". Mas e se tivesse? De facto há sectores profissionais em que é complicado aceder ao mercado, sendo que o ensino é um deles. Que fazer, assumir desemprego eterno, ou reinventar como "entrepeneur" na área dos mirtilos, do tuk-tuk ou da animação cultural? Sempre existiu emigração qualificada, o que realmente devia preocupar não é o emigrante que sai porque não tem oportunidade cá, mas sim o que sai apesar de ter por cá emprego. Deviam indagar porquê.
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    Anónimo 12.03.2021

    "Passos não "mandou ninguém emigrar". Mas e se tivesse?"
    Era só que faltava mandar!

    Agora que incentivou, disso não há qualquer dúvida, aliás quem está esquecido dessas declarações como de outras não há nada como ir ao youtube .
    E contra factos não há argumentos.
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    Anonimus 12.03.2021

    E o Costa não incentiva, e o pessoal continua a emigrar? Só podem os tais anti-patriotas de que ouço tanto falar.
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    Anónimo 12.03.2021

    Para 19:28
    Deixe lá o Costa em Paz!
    O seu problema é a sua idolatria por Passos Coelho.
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    Anonimus 13.03.2021

    Eu diria, deixe o Passos em paz. Já passou. Só é relevante porque uns quantos falam nele, seja como Sebastião Regressado, seja como bode respiratório de tudo o que de mal acontece, não vão por artes mágicas assacar qualquer responsabilidade ao Dr Costa e seus companheiros de geringonça.
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