Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

Media wars

José Navarro de Andrade, 19.01.12

Christopher Wool, "Hole", 1992

 

Como Portugal é um arrepiante deserto na criação comercial de conteúdos e como boa parte dessa minúscula criação é financiada por concurso estatal, ou seja, independente das condições do mercado, aquilo que se passou ontem deixa-nos indiferentes.

E no entanto esteve em cena um conflito que pode mudar profundamente a nossa vida. Habituámo-nos a usufruir do acesso cómodo e a muito baixo custo de uma miríade de conteúdos criativos. Entre eles alguns que nos deviam estar vedados.

O que se passou? A Wikipedia esteve em blackout durante o dia de ontem, em sinal de protesto contra a aprovação, por parte do congresso dos EUA, de uma lei que reforça os direitos de autor e de propriedade criativa. Todo o Sillicon Valley alinha com esta posição, nomeadamente gigantes como o Google, o YouTube, etc.

Quem dinamiza esta lei? A indústria cinematográfica, numa palavra: Hollywood. De que se queixa ela? Do aumento exponencial da pirataria, ou seja do download gratuito de filmes em plena fase de exploração comercial a partir de plataformas informáticas. A indústria de cinema gasta milhões a produzir e a promover filmes, cuja rentabilidade é gravemente afectada ao serem usufruídos de graça.

Como é isto possível? Porque certos países como a Rússia e a China, são verdadeiros offshores informáticos, onde a lei dos direitos de autor não chega e onde a pirataria tem porto de abrigo.

Face a esta proposta legislativa, do lado dos distribuidores on line e, sobretudo, dos negócios que dependem do volume de circulação na internet (Google, Yahoo, You Tube, etc.) o alarme foi generalizado e compreensível: esta lei cerceia alguns modelos de negócio, desincentiva bastante a criação de novos negócios, e atira para cima deles o ónus do controle da circulação e acesso a conteúdos, com os tremendos custos de hardware, software e legais que implica tal tarefa. Além disso, diminui a base de clientes.

Uma guerra de milionários, portanto? Não só. A defesa dos direitos de autor e o combate à pirataria é a pedra basilar da actividade criativa. Imagine o leitor que compõe uma canção. Imagine que ela se torna um êxito tremendo no Youtube e nas plataformas de descarga gratuita de música. Toda a gente trauteia a sua canção e anda com ela no mp3 ou no ipod. Toda a indústria ligada à internet ganhou com a sua canção, só autor é que não viu um tostão da sua obra.

Aparentemente a lei proposta além de onerosa é inaplicável. No entanto é necessária. Mas o que temos em cena, debaixo do conveniente nome da liberdade de expressão, é uma guerra de titãs: entre o mega produtores e distribuidores de cinema e os mega operadores e distribuidores informáticos. O que temos, pois, é uma guerra entre duas indústrias, dois modelos de negócio, cujo resultado está a moldar e moldará o futuro da indústria de conteúdos. Precisamente o futuro do tal compositor.

RIP

José António Abreu, 24.07.11
Detesto Lady Gaga. Mas há umas semanas, num segmento que o Sixty Minutes lhe dedicou e no qual teve atitudes tão ridículas como aparecer ao repórter quase nua porque naquele dia «não lhe apetecera vestir-se», admirei a consciência que ela tem da forma como é encarada ao afirmar que os media e muito público lhe seguem os passos esperando assistir à sua queda. Querendo estar lá quando exagerar, quando algo de horrível lhe acontecer. Quando morrer. Mas, acrescentou, sabe perfeitamente o que faz e não lhes (nos) vai dar essa satisfação. Admirei-a pela lucidez (sim, somos vampiros desejosos do sangue – real ou metafórico – dos famosos que não apreciamos) mas pensei que é por este calculismo, pelo modo como a música parece nela apenas um meio para atingir o verdadeiro objectivo – a fama – que não a aprecio. São os genuínos que ficam para a história. Os que, cantem, dancem, escrevam ou pintem, não parecem fingir. Os que mostram sentimentos em que se pode acreditar. E destes – é duro admiti-lo –, especialmente os que morrem cedo e de forma violenta. Porque não se tornam banais e porque provam que todas as fragilidades eram verdadeiras. Descansa em paz, Amy.

O essencial e o acessório (e o acessório e o acessório e o acessório)

José António Abreu, 31.05.11

A nossa obsessão por discutir os pequenos casos da campanha é já mais cansativa do que exasperante. Com o país à beira do colapso financeiro, com a soberania significativamente limitada, com medidas muito duras e ainda mal compreendidas no horizonte, entretemo-nos com uma pletora de «factos» acessórios. Não deixa de ser curioso reparar como quase todos os que adquirem relevância noticiosa, dos «pintelhos» ao «querem proibir o aborto», são negativos para o PSD. Os socialistas parecem nada dizer de inconveniente. Por não dizerem mesmo? Não, apenas por ninguém estar a usar com o PS a táctica que o PS está a usar com o PSD (de vez em quando há quem tente mas falta a convicção que só experiência e dissociação da realidade permitem) e por, como já foi dito e redito, o PS ser insuperável no uso dos meios de comunicação social. Sócrates, esse, transmutado em menos de dois anos de vendedor de ilusões em instigador de medos, livre de ter de defender ideias concretas por obra e graça de um programa eleitoral em que elas não existem, mostra-se chocado três dúzias de vezes por dia, acusando de cada uma delas o PSD de pretender acabar com tudo o que de bom tem o Estado Social (numa versão anterior àquela que ele mesmo amputou). É compreensível. Ao fazer propostas ou ao rebatê-las, Sócrates sempre operou com base em chavões e ideias simples. De resto, sempre foi elogiado por isso – não é uma das críticas que fazem a Passos Coelho, ser demasiado palavroso, não apresentar apenas uma ou duas ideias fortes? Claro que o facto desta táctica ter resultado antes diz muito acerca dos portugueses e claro que dirá ainda bastante mais se resultar novamente. E diz também imenso acerca do papel que a comunicação social, com a inestimável ajuda de dezenas de comentadores, aceita desempenhar, ao dedicar horas à discussão destas minudências (para fugir ao termo de Eduardo Catroga) em vez de focar as atenções nos pontos realmente importantes: as medidas constantes do memorando de entendimento com FMI, UE e BCE e a forma como cada partido se propõe (ou não) implementá-las. Mas, como Philip Roth escreveu em O Animal Moribundo a propósito de algo totalmente diferente, a TV está a fazer o que faz melhor: o triunfo da banalização sobre a tragédia. Com o PS a orquestrar e muita gente a dar uma mãozinha.

De como o excesso de futebol e o défice de outros desportos nos meios de comunicação é culpa das mulheres

José António Abreu, 20.05.11
As dúvidas e opiniões que Patrícia Reis (que tem um livro novo) expressa neste texto são partilhadas por muita gente. Porque dispõe o futebol de tamanha exposição mediática? Porque não obtêm outros desportos mais do que alguns segundos nos noticiários e isto apenas nas raras ocasiões em que, contra expectativas e razoabilidade, um português consegue alcançar um resultado de topo? Porque esquecemos os atletas que mais medalhas trazem para Portugal – os para-olímpicos?

 

Eu concordo que não devia ser assim. Desde logo, faz-me espécie prestar-se atenção apenas ao futebol masculino mas aceito que esta possa ser uma questão eminentemente pessoal – por razões ergonómicas, tendo a preferir a versão feminina da maioria dos desportos (e depois há uns casos em que me é indiferente). Mais importante, tal como a Patrícia acho exasperante que se dedique tanto tempo a apenas um desporto – qualquer que ele seja. Mas julgo perceber porque é que isso acontece.

 

Quem vê desporto na televisão e compra jornais desportivos? Quem até, provavelmente, compra a maioria dos restantes jornais? Os homens. As mulheres não ligam a desporto. Pelo menos o bastante para se sentarem à frente de um televisor ou comprarem um jornal. (Generalizo, obviamente.) De quando em quando, as mulheres podem pensar, com um carinho inteiramente sincero, que os campeonatos para-olímpicos são uma coisa bonita, podem espreitar uma prova de ginástica ou de patinagem artística, mas ver mesmo desporto – não vêem. Preferem a Oprah, séries, filmes, telenovelas, o What Not to Wear e o Rachel Zoe Project. Se as mulheres gostassem tanto de patinagem artística como gostam de roupa, maquilhagem e decoração, a SIC Mulher apresentaria patinagem artística duas vezes por dia, existiriam revistas e jornais só acerca de patinagem artística e rapidamente os canais generalistas de televisão teriam programas de debate em que se analisaria a qualidade dos triplos Axel realizados nas provas do fim-de-semana anterior. Hélas, as mulheres não gostam assim tanto de patinagem artística nem de qualquer outro desporto. Isso faz com que sejam os homens a definir que desportos se vêem na televisão e sobre que desportos se lê nos jornais. Ora os homens são seres simples, de gostos limitados e com tendência para a conformidade (continuo a generalizar). A partir do momento em que as mulheres lhes deixam o campo livre pode dizer-se adeus aos para-olímpicos na televisão. E até à patinagem artística. Para a sensibilidade masculina (nem sempre é oxímoro), as provas para-olímpicas são um mau espectáculo televisivo e a patinagem artística não é muito melhor. E como é o gosto pelo futebol que é inculcado nos homens desde criança e o futebol é que dá para discutir durante a pausa para o café por ser o que vêem todos os outros homens (menos uns tipos esquisitos como eu), vê-se futebol. As televisões (como as rádios e os jornais) não podem então fazer outra coisa senão ir atrás do consumidor-tipo (que, neste caso, é um consumidor-gajo) e, numa espécie de pescadinha de rabo na boca, começam a passar apenas futebol.

 

Este é o pecado original. Depois existem factores agravantes. A passagem de alguns desportos para canais de assinatura retirou-lhes notoriedade. Por exemplo, há dez ou quinze anos via-se bastante automobilismo (especialmente Fórmula 1) na televisão de sinal aberto. Agora, esta raramente aborda o tema. Por outro lado, a fauna que gravita em torno do futebol, dos dirigentes aos adeptos passando pelos árbitros e comentadores, nem sempre representa as fatias mais sensatas da população, o que facilita o nascimento de «polémicas» ou «casos». As regras também não ajudam (ninguém fica duas semanas a discutir se uma bola do Federer foi dentro ou fora do court porque isso é imediatamente verificado). O factor de tribo que se gera ao aderir a um clube (e, mais ainda, a uma claque) e a necessidade de arranjar formas de escape numa sociedade que reprime cada vez mais a exteriorização dos instintos (ver esta excelente entrevista feita por Paulo Moura a J. G. Ballard em 2005) tornam os actos de violência mais prováveis. A conjugação disto tudo é um cocktail explosivo que os meios de comunicação agradecem e cujos efeitos amplificam, num encantador efeito bola de neve. Outros desportos podem apresentar alguns destes elementos (também há fanáticos da Ferrari, por exemplo) mas, na falta dos restantes, o efeito bola de neve é inexistente ou muito menor (não andam à batatada com os adeptos da McLaren.)

 

De qualquer modo, nenhum destes factores invalida a tese, pelo que a conclusão é inevitável: a culpa de se prestar pouca atenção a desportos que não o futebol nos meios de comunicação (e, por conseguinte, na sociedade) é essencialmente das mulheres. E, pronto, um bocadinho – mas só um bocadinho – dos homens.

Hoje é um dia histórico

José António Abreu, 18.05.11

Hoje é um dia histórico. Reportagem no aeroporto Francisco Sá Carneiro. Um adepto do Porto comprou o bilhete há meses porque tinha «fé». Um adepto do Braga chegou às três da manhã para apanhar um avião que sai às nove. Regresso ao estúdio. Excerto de It's a Beautiful Day, dos U2. Ligação a Dublin onde, afinal, chove. Reportagem com o tio de Domingos Paciência, que prepara uma sardinhada num pavilhão de Matosinhos. Vai levar entre duzentos e trezentos pães mas não apanhei o número de sardinhas.

 

É possível que o noticiário (?) das oito da TSF tenha incluído notícias (?) ainda mais bonitas mas eu, que admito ter uma relação complicada com a paciência (com o Paciência não tenho problemas, pelo menos enquanto ele não for treinador do Sporting), saí do carro antes de se chegar, sei lá, à informação (essa sim, seria relevante) de que hoje as strippers minhotas oferecem lap dances gratuitas aos sócios do Braga. (Aos do Porto parece que já ofereciam – ou era só aos dirigentes?) Enfim, acima de tudo, não esquecer de repetir pelo menos dez vezes durante o dia: hoje é um dia histórico.

Falta memória nos jornais portugueses

Teresa Ribeiro, 01.05.11

 

Há três dias o jornal Público noticiou a morte do historiador e ex-ministro da Educação Vitorino Magalhães Godinho publicando a toda a largura da capa a fotografia do seu irmão, José, ex-Provedor de Justiça, falecido há vários anos. Ninguém neste jornal, dito de referência, detectou a troca. Nem quem  escreveu a notícia, nem o editor que a leu, nem os jornalistas que visaram a primeira página na hora do fecho. Todos distraídos? A hipótese não se coloca. O processo passa por mãos e olhos suficientes para se perceber que o que faltou a esta gente foi memória. Há cada vez menos nos nossos jornais.

À medida que se foram afastando das redacções os jornalistas seniores, a memória começou a falhar. Num jornal é grave. Num sector tão ameaçado pelas novas tecnologias como a Imprensa é contribuir ainda mais para a sua precariedade. Pena os gestores continuarem sem perceber que não é a cortar no seu principal activo - o capital humano - que defendem o futuro do seu negócio. Pena não perceberem que neste sector só a qualidade terá possibilidade de sobreviver.

Eleições e queixinhas

João Carvalho, 12.10.09

 

A noite dos resultados eleitorais suscitou uma série de queixas por parte de variadíssimos candidatos que culminou uma campanha que já tinha originado queixas idênticas e que, por sua vez, repisavam queixas já ouvidas à exaustão nas eleições anteriores. Resumem-se a isto: a comunicação social (as televisões em especial) não lhes deram a cobertura que acham que lhes era devida.

Esta queixa partiu da maioria dos partidos, não só dos pequenos (o que pode entender-se), mas também dos maiores (o que já tem que se lhe diga). Dou dois exemplos retirados das autárquicas após os resultados: Luís Filipe Menezes, social-democrata e vencedor, e Ana Gomes, socialista e derrotada. Esta referiu mesmo que a derrota foi por não ter contado com os media nacionais para chegar aos sintrenses.

A gente sabe dos defeitos e das fraquezas do jornalismo de sempre e reconhece que uns e outras têm vindo a agravar-se e a sofrer desvios pouco recomendáveis. Porém, era suposto que as campanhas eleitorais fossem dirigidas aos eleitores. Mesmo que tenham sido mal planeadas (e há sempre disso), é só o que faz sentido. Por muito jeito que dê a imprensa, sem comprar espaço publicitário nada pode estar garantido.

Pode ser que eu esteja enganado. Nesse caso, todas as iniciativas de campanha foram mal pensadas e os queixosos só podem queixar-se deles mesmos e dos seus conselheiros. Portanto, agora já sabem: para a próxima, poupam no custo do folclore, escolhem os media que mais lhes convém e passam a fazer uns espectáculos à porta deles. E bastam as esferográficas, porque de enfiar bonés parece que já estão fartos.

Os recuos de Sócrates

João Carvalho, 26.06.09

Ao anunciar hoje que o Governo vai vetar o negócio da compra da TVI pela PT, o primeiro-ministro desdiz o que tinha dito ontem: que o governo não estava informado sobre aquele negócio e que nem tinha de estar. Ainda escaldado com o episódio caricato da véspera sobre o recente arguido do caso Freeport e o ministro da Agricultura, José Sócrates volta a ficar mal na fotografia.

Depois de adiar o TGV, de recuar no negócio TVI-Media Capital e do mais que se verá, temos um chefe do governo a especializar-se à pressa em manobras de marcha-atrás. Como ontem escrevi aqui, era só esperarmos um dia ou dois para vermos quem ficava mal. Também escrevi que Manuela Ferreira Leite teria o mérito de pôr fim ao obscuro negócio que se preparava. Dito e feito.

Quites?

João Carvalho, 25.06.09

2004

O PSD no governo acorda o TGV com o governo espanhol e manifesta que quer avançar com o projecto.

O PS na oposição manifesta-se pela boca de Sócrates contra qualquer controlo directo ou indirecto do Estado sobre os media para lá do serviço público.

2009

O PSD na oposição diz que não há condições para avançar com o TGV e desvaloriza o acordo luso-espanhol.

O PS no governo diz que nada sabe nem tem de saber sobre o negócio PT-Media Capital e desvaloriza os interesses do Estado junto da PT.

Conclusão

Quites? Não me cheira.

Mais um dia ou dois e veremos quem fica mal.

Erro de "casting" na SIC

Carlos Barbosa de Oliveira, 02.02.09

Desde que Nuno Santos foi para SIC que uma das grandes apostas em Carnaxide é conquistar o espaço entre as 19 e as 20 à RTP. Compreende-se, até porque esse foi um dos objectivos anunciados por  Balsemão, há tempos, num Prós e Contras em que se debatia a televisão pública.
A primeira tentativa de assalto ao “Preço Certo” de Fernando Mendes, cujo êxito me é difícil  compreender, foi feita por Herman José, com “A Roda da Sorte”. Contra todas as expectativas,  “A Roda” redundou em fracasso.
Início do ano, a SIC lança uma nova arma: Nós por Cá”. A campanha de promoção do programa teve moldes inéditos, com a simpática e esforçada Conceição Lino a percorrer feiras e mercados, na tentativa de cativar para o seu programa o público–alvo de Fernando Mendes.
No final do primeiro mês de emissão, adivinha-se nova tentativa falhada. “Nós por Cá” não só é largamente batido pelo “Preço Certo”, mas também por outro programa da RTP 1 (Portugal em Directo) que o antecede e que aborda várias questões sobre o país.
Aparentemente não é fácil perceber as razões da preferência dos espectadores por um programa com um modelo aparentemente gasto (Portugal Directo), em detrimento de outro que surge como “upgrade” de um modelo de curta duração, onde o país é apresentado como um berçário de anomalias
A crise, porém, é capaz de explicar. Os portugueses estão fartos de notícias que os deprimem. A crise, as guerras intestinas do PSD, o caso Sócrates, a guerilha surda entre o PR e o PM, a Operação Furacão, os Apitos, os bancos a falir e os banqueiros a gozar férias em paraísos terrenos com o dinheiro dos depositantes, é depressão a mais para qualquer comum mortal.

Por isso não é esta a altura apropriada para lhes impingir programas onde o país é apresentado como uma colectividade excursionista dirigida por indigentes que só fazem disparates. 

Apesar de tudo, as pessoas têm auto-estima e não gostam de se ver ao espelho.