Fotografias tiradas por aí (412)
Porto, 2018.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Porto, 2018.
Lago Bled, Eslovénia, 2018.
Porto, 2018. (Sim, continuo a gostar de batráquios.)
Perto de Ervedal da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, 2018.
Porto, 2018.
Porto, 2018.
Perto de Oliveira do Hospital, 2018.
Praia, Cabo Verde, 2007.
Águeda, 2017.
Estremoz, 2018.
Barragem da Aguieira, 2017.
Entre Gouveia e Celorico da Beira, 2017.
Vila Nova de Gaia, 2014.
Exposição de fotografias de Steve McCurry, Porto, 2017.
Coimbra, 2017.
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
Passam hoje exactamente quatro meses sobre os tétricos incêndios no distrito de Viseu, entre o concelho de Tondela e seus limítrofes, devastando a "Beira Alta", na segunda apocalíptica volta dos incêndios florestais de 2017, dessa vez causando mais de 40 mortos. Desde então o meu amigo Miguel Valle de Figueiredo (o mvf, que durante anos co-blogou comigo) percorreu aquela região, que bem conhece, calcorreou mato, lugares, aldeias, vilas, encarou a gente que ali teima, desta ouvindo do horror de então e da violência posterior, advinda da arrogância burocrática de quem vem podendo. Nisso fotografou as "Cinzas" promovidas pela fúria dos elementos, o desnorte nacional e a incúria estatal, até abjecta. Enquanto uns, urbanos, se menearam vaidosos insanos, lamentando-se "de não ter tirado férias" ou, pelo contrário, "iam de férias" e pediam para "não os fazerem rir" a propósito destes e doutros assassinos fogos, e se gabavam de se preparar para as "cheias de inverno", inaugurando casas refeitas com dinheiro alheio, apregoando ter revolucionado as florestas como nunca desde a Idade Média, e se faziam entrevistar em quartel de bombeiros, o Miguel foi para aquele lá, verdadeiros "salvados" de um país que insiste em desistir de o querer ser por via do apreço que vota aos tocos que julga gente, e até elegível.
Dessas suas andanças, vindas do seu fervor de fotógrafo e do seu dever de cidadão, produziu, a expensas próprias, pois não é ele daqueles capturáveis por Estado, municípios e respectivos tentáculos, tão pródigos se mostram esses para os fotógrafos "camaradas, companheiros e amigos", um manancial iconográfico, uma verdadeiro arquivo para alimentar uma memória social do acontecido, deste sofrido que a história recente do país se mancomunou para gerar.
Desse acervo será agora apresentada uma exposição. Paisagens, pois o pudor impeliu-o a evitar mostrar os retratos feitos dos violentados. 42 fotografias integrarão essa "Cinzas", a inaugurar em Tondela, concelho tão devastado (só nele arderam mais de 400 casas, 219 das quais primeiras habitações), no próximo dia 24 de Fevereiro. Estando previsto que a exposição faça uma itinerância pelo distrito e, porventura, alhures. As fotografias estarão à venda, sendo os resultados monetários disso destinados para o apoio às vítimas. Verdadeiramente. Sem requebros burocráticos.
Aqui uma entrevista do mvf a este propósito (a partir da página 34). Abaixo junto algumas das fotografias que serão expostas.
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)
Porto, 2017.
Perto do Pocinho, 2016.
Porto, 2017.