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Delito de Opinião

Os sinais

João Carvalho, 04.06.09

Clientes do Banco Privado Português encostam o ministro Teixeira dos Santos à parede. Bem ou mal, o governo tinha prometido responsabilizar-se até cem mil euros por depositante, tinha prometido analisar rapidamente a situação, tinha prometido descongelar essas poupanças a breve trecho. Mal ou bem, os depositantes não accionaram os ex-administradores do BPP, alguns estão sem emprego, alguns já passam sérias dificuldades que se avolumam a cada dia.

Os franceses e os gregos conhecem os sinais. Paira no nosso horizonte o receio de que venha a explodir e a alastrar uma séria agitação social em Portugal. Não sei se os desvios irregulares da banca que o regulador do Estado não regulou, além dos danos que isso está a provocar, configuram os tais sinais. O que sei é que estes nascem sempre de dramas que atingem o desespero.

Credibilidade

Jorge Assunção, 20.02.09

Para o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, as críticas ao Banco de Portugal são "irresponsáveis", isto porque não contribuem no "esforço para reforçar a credibilidade das autoridades reguladoras", tão necessária perante a "turbulência" que os mercados atravessam (fonte). A crise actual já servia para justificar toda e qualquer asneira promovida pelo actual governo no campo económico (a tal lógica da necessidade de fazer algo), agora parece que também serve para tentar calar aqueles que, mesmo de forma justa e baseados em dados concretos, criticam o governador do Banco de Portugal.

Será tarde?

João Carvalho, 20.02.09

O Banco de Portugal decidiu suspender vários administradores do Banco Privado Português que ainda se mantinham em funções, transitados do tempo de Joâo Rendeiro. A decisão teve por base a detecção de irregularidades passíveis de configurar uma gestão danosa, como seja a falta de provimentos que a lei estabelece. Só não sei se a actuação do Banco de Portugal é um bocadinho tardia. O que é que acham?