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Delito de Opinião

César anda com algumas mulheres muito dadas ao papel

Sérgio de Almeida Correia, 17.04.14

"O presidente do Banco Espírito Santo (BESI), José Maria Ricciardi, foi escutado não duas, mas seis vezes, a falar com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, informações que constam do processo Monte Branco, uma investigação policial relacionada com alegados crimes de tráfico de influências, corrupção e informação privilegiada nas privatizações da REN e da EDP."

 

Na posição dele, e mesmo que tivesse o número de telefone do "facilitador", nunca lhe teria ligado. E se por qualquer razão estivesse no lugar do destinatário até poderia ter falado com o remetente uma primeira vez, por educação e cortesia, sem saber qual seria o assunto, mas depois do desabafo ter-lhe-ia seguramente desligado o telefone. Por causa das confusões. Mas de quem depois de acusar Sócrates repescou Relvas para a vida política, também não se esperaria que fosse melhor que o antecessor. Ilusões só as teve quem quis, pois que no meu caso nunca me pareceu boa solução trocar uma má opção por uma péssima.

De qualquer modo, como não sou apologista da divulgação de escutas a metro, não farei como alguns que antes pugnaram pela divulgação das escutas (ilegais e não autorizadas, convém não esquecer) do antecessor e de toda aquela cambada que andou aos robalos. Embora me pareça que se eu fosse primeiro-ministro seria o primeiro a solicitar, numa situação destas, a sua divulgação integral. Por via das dúvidas.

Gente séria não deve ter nada a temer do que faz atrás da porta, porque a vida pública não deve ser o local onde se vai branquear ou esconder o que não convém. Além de que gente séria é sempre gente séria. Em quaisquer circunstâncias da vida. Nos bons e nos maus momentos.

Isto dito por ele, e não por Soares, tem outra força

Sérgio de Almeida Correia, 22.01.14

"E é evidente que a gestão neoliberal do Governo está a destruir o Estado Social. O Estado Social, uma conquista do ocidente, é uma convergência do socialismo democrático, da doutrina social da Igreja e até do manifesto comunista de Karl Marx. (As palavras têm uma força tremenda. Às vezes falo do poder da palavra contra a palavra do poder.) Na Constituição portuguesa o Estado Social é uma principiologia. Não é uma regra imediatamente imperativa. O que diz é: na medida da possibilidade. É estranho que se transforme uma principiologia numa rejeição. Não se devem rejeitar princípios, em especial princípios que levaram séculos a ser desenvolvidos e a ser incorporados na cultura da população. Nesse aspecto, tenho uma certa apreensão e falta de confiança no entendimento da real situação portuguesa. E não posso considerar que o Orçamento seja o elemento fundamental. Os que estão já numa situação de pobreza, juntos, têm força suficiente para dar um murro na mesa [e exigir] que os princípios da UE seja respeitados." - Adriano Moreira, aqui

 

Sem prejuízo do sublinhado ser meu, bastaria um décimo da inteligência, lucidez e boa fé deste homem para termos um bom governo.