«A escolha de Yanis Varoufakis para ministro das Finanças mostra de que o Syriza vai dar luta. Varoufakis quer envolver os países periféricos numa frente para discutir o problema da dívida, mas sabe obviamente que isso não será fácil. Por isso, o que propõe é uma renegociação do memorando de entendimento com a União Europeia, "aceitando, no entanto, algum tumulto nos mercados monetários. Se isso significar, durante as nosas negociações, que as yields da dívida de Portugal, Espanha e Itália sobem, tanto melhor. Porque, Lisboa, Madrid e Roma serão forçadas a participar criativamente nessas negociações, formando uma frente dos periféricos, de modo a criar uma nova arquitectura da zona euro, que acabe com a asfixia das nações com orgulho em nome de regras fúteis inexequíveis e misantrópicas". (...) A Europa, mesmo que desdenhe a ameaça, teme-a profundamente. Porque se a Grécia sair, não há nenhuma razão para acreditar que outros países não possam seguir o mesmo caminho.»
Nicolau Santos, no Expresso (31 de Janeiro de 2015)