Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

Nada disto é inocente (5)

Sérgio de Almeida Correia, 14.07.15

"Lamentablemente, como muestran los niveles de desconfianza y dureza introducidos en el acuerdo alcanzado entre Grecia y sus socios, nunca vistos en la eurozona, algunos miembros de la eurozona parecen estar bien dispuestos a colaborar con ese empeño en dar armas a los populismos soberanistas de izquierdas y de derechas." - Jose Ignacio Torreblanca, El Pais

 

Nada disto é inocente (4)

Sérgio de Almeida Correia, 14.07.15

"La vera tragedia nel cuore dell'Europa, oggi, non è la Grecia. E' la Germania, l'isolamento culturale, ideologico in cui vive la maggior potenza del continente. La tragedia è che Schaeuble, la Merkel, la Spd non potevano, probabilmente, per realismo politico, comportarsi diversamente. Per anni, l'establishment tedesco – dai politici ai giornali – ha fornito all'opinione pubblica una immagine della realtà europea fasulla, in cui, ad esempio, i tedeschi appaiono quelli che finanziano i debiti greci, anche se, pro capite, il contribuente tedesco ha versato esattamente quanto quello italiano. Nessuno, tuttavia, al di là del Reno, la mette in discussione. Ora, è anche possibile che i teorici dell'austerità abbiano ragione, ma l'aspetto malsano della vicenda è che l'opinione pubblica tedesca non conosce altra versione della realtà. Le critiche di premi Nobel come Krugman e Stiglitz, le obiezioni di Obama, lo smantellamento dei dogmi dell'austerità da parte del Fmi, gli appelli dello stesso Fmi ad un taglio del debito greco non sono mai arrivati all'opinione pubblica. I giornali non ne parlano, i politici neanche. Per quanto possa apparire incredibile, un dibattito non c'è. Al volante della macchina europea c'è una Germania che non riesce a staccare gli occhi dal proprio ombelico." - Maurizio Ricci, La Repubblica

Nada disto é inocente (3)

Sérgio de Almeida Correia, 14.07.15

"Dans ce cas, la Grèce serait le détonateur. Les gens sont au bord d’une prise de conscience du tragique réel de la situation. Le tragique réel de la situation, c’est que l’Europe est un continent qui, au XXe siècle, de façon cyclique, se suicide sous direction allemande. Il y a d’abord eu la guerre de 14, puis la deuxième guerre mondiale. Là, le continent est beaucoup plus riche, beaucoup plus paisible, démilitarisé, âgé, arthritique. Dans ce contexte ralenti, comme au ralenti, on est en train sans doute d’assister à la troisième autodestruction de l’Europe, et de nouveau sous direction allemande." - Le Soir e também aqui

Nada disto é inocente (2)

Sérgio de Almeida Correia, 13.07.15

"Other eurozone countries urged Germany to drop its objections. “Grexit has to be prevented,” said Jean Asselborn, the Luxembourg foreign minister. “It would be fateful for Germany’s reputation in the EU and the world. “Germany’s responsibility is great. It’s about not conjuring up the ghosts of the past,” he told German newspaper Süddeutsche Zeitung. “If Germany goes for Grexit, it will trigger a deep conflict with France. That would be a catastrophe for Europe.”

Italy’s prime minister, Matteo Renzi, was expected to tell Merkel at the leaders’ meeting that “enough is enough” and the eurozone should not humiliate Greece when it had already given up so much." - The Guardian

Nada disto é inocente (1)

Sérgio de Almeida Correia, 13.07.15

"Um catálogo de atrocidades é como o Spiegel rotula as exigências que o Eurogrupo fez este domingo ao governo grego, exigências cuja maioria veio directamente de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão. Segundo a leitura da revista alemã, as propostas do Eurogrupo "são uma humilhação deliberada" da Grécia, que no fundo "parecem querer prevenir que haja qualquer acordo" jornal i.

Não vale a pena acrescentar mais nada

Sérgio de Almeida Correia, 27.01.15

À porta do congresso

Sérgio de Almeida Correia, 29.11.14

Pós-eleitoral (2)

Pedro Correia, 26.05.14

1. O PCP rejuvenesceu, o Bloco envelheceu. Trocaram de papéis. Isso reflectiu-se nos votos.

 

2. Aumentaram os nulos, baixaram os brancos. Culpa das redes sociais, que já intereferem nas câmaras de voto. A malta adora fotografar o boletim de voto riscado e divulgá-lo nas redes sociais. Nítido nulo.

 

3. Os partidos que defendem a saída de Portugal no euro, todos somados, recolheram ontem apenas 15% dos votos expressos. As coisas são o que são.

As coisas são o que são

Pedro Correia, 13.05.12

Lentamente, a política regressa à Europa. A política que põe teses em confronto e rejeita todo o pensamento unidimensional. A política que fomenta e sedimenta alternativas, recusando rotas "inevitáveis" traçadas de antemão.

Devemos congratular-nos. Este é o cerne da democracia.

A mudança está a acontecer um pouco por toda a União Europeia. Incluindo na poderosa Alemanha de Angela Merkel, onde a União Democrata-Cristã (CDU) registou hoje o pior resultado de sempre na Renânia do Norte-Vestefália, o mais populoso Estado do país, onde se situam cidades como Bona, Colónia e Düsseldorf. As sondagens à boca das urnas apontam para uma clara maioria do Partido Social-Democrata (39%, mais cinco pontos percentuais do que no anterior escrutínio, ocorrido em Outubro de 2010), muito à frente da CDU (26%, menos oito pontos). Os sociais-democratas preparam-se para renovar a nível estadual a coligação com os verdes, que obtiveram 12%, enquanto o Partido Liberal, parceiro de Merkel a nível federal, não conseguiu melhor do que 8,5%.

Em 2005 a CDU alcançara 44,5% neste Estado, o que demonstra até que ponto os democratas-cristãos estão em recuo na Renânia do Norte-Vestefália, um Estado que costuma funcionar como teste seguro das oscilações de voto a nível nacional. Uma tendência que já se vinha desenhando nas eleições estaduais em Hamburgo (Fevereiro de 2011), Baden-Vutemberga (Março de 2011), Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental (Setembro de 2011) e Schleswig-Holstein (há uma semana).

«Estas eleições devem preocupar a chanceler Merkel. O grande declínio do voto nos democratas-cristãos indicam uma forte aversão às propostas do seu partido. Nas sondagens nacionais, ela - em termos pessoais - continua popular, mas o seu partido não», escreve Stephan Evans, analista político da BBC.

As coisas são o que são.

Publicado também aqui

Evidências que não o são - condição feminina

Ana Margarida Craveiro, 18.05.11

Surpreende-me que em pleno século XXI ainda seja preciso discutir este género de questões:

1. em Portugal, um violador de uma grávida de 8 meses (pior, um prestador de cuidados médicos) sai impune, porque a juíza considera que não houve violência (é a chamada violação gentil, ou com jeitinho). Como se uma violação não fosse violência suficiente.

2. em Inglaterra, discute-se a diferença entre violação a sério, e violação mais ou menos (parece que há umas que têm vontade de ser violadas).

3. em França (e também por aqui), um homem poderoso é um santo, e tudo o que faz em privado são meros pecadilhos (incluindo a tentativa de violação). A polícia e o sistema judicial são abusadores deste mesmo homem, ou jogadores numa teoria internacional de conspiração. A vítima? Não interessa nada, é uma empregada de hotel.

 

Um problema europeu? Pois, parece bem que sim. Na Europa, aparentemente é perigoso ser-se mulher. E eu confesso que não o sabia.

Um erro trágico

Pedro Correia, 18.04.11

 

Como se verá em Junho, quando forem contados os votos das legislativas, José Sócrates cometeu um erro trágico ao manter-se na liderança do Partido Socialista em vez de imitar o que Rodríguez Zapatero fez em Espanha. Uma nova direcção partidária permitiria outro fôlego eleitoral ao PS - à semelhança do que o PSOE vem indiciando nas mais recentes sondagens, feitas após Zapatero ter comunicado que não se recandidataria a novo mandato - e sobretudo recolocaria os socialistas portugueses no centro do palco político português, prontos a estabelecer pontes simultâneas à esquerda e à direita. Precisamente ao contrário do que fez Sócrates, também incapaz de dialogar dentro do partido que lidera e do seu próprio Governo, como testemunha a sua ruptura com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, agora saneado das listas eleitorais socialistas. Como esta noite sublinhou Diogo Freitas do Amaral, numa notável entrevista concedida à RTP, o ainda primeiro-ministro "revela muito pouca capacidade de diálogo com a oposição" precisamente num momento de emergência nacional: a solução que emergir das urnas, a 5 de Junho, impõe uma convergência partidária que o PS é incapaz de assegurar com Sócrates. Desde logo, também como acentuou Freitas nesta entrevista bem conduzida por Fátima Campos Ferreira, porque o líder socialista "começou a viver num mundo irreal". A tal ponto - e também na opinião do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro Executivo Sócrates, antecessor de Luís Amado - o titular da pasta das Finanças deveria ter pedido a demissão. "Com as despesas eleitoralistas de 2009, o défice subiu de 3% para 9%, o que é imperdoável", sustenta Freitas, criticando ainda o facto de Sócrates "ter feito um cavalo de batalha" da ajuda externa, que teimou em não pedir contra a lógica mais irrefutável. E só o fez - conclui ainda Freitas - "depois de todos os partidos da oposição terem chumbado o PEC 4, da dissolução da Assembleia da República com o parecer unânime do Conselho de Estado e do manifesto público da banca portuguesa".

Tudo quanto o insuspeito Freitas do Amaral disse esta noite sobre Sócrates já foi referido diversas vezes, por vários de nós, neste blogue. São evidências que só o restrito núcleo de incondicionais do líder socialista persiste em não reconhecer. Quanto mais o PS teima em seguir acriticamente este líder que perdeu o contacto com a realidade mais o partido, no seu conjunto, se arrisca a ir ao fundo com ele. O que - neste particular momento sobretudo - constitui uma péssima notícia para Portugal.