Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Delito de Opinião

Isto não vem mesmo nada a calhar

Sérgio de Almeida Correia, 01.06.11

Os investigadores criminais da PJ queixavam-se das propostas do PS para a sua área, e talvez até tivessem razão. Mas eis que são confrontados com uma proposta do PSD (eu sei que Passos Coelho há-de vir dizer que ainda está a ser estudada, tal como a revisão constitucional e tudo o mais em que vai metendo água apesar do seu partido estar há seis anos a preparar-se para ser governo) e parece que ficaram tão escandalizados com o que leram que além de um comunicado, em que acusam o PSD de ter uma "inequívoca vontade de controlar a investigação criminal desenvolvida pela PJ, designadamente, repetimos, a que corresponde à sua actividade proactiva, conducente ao impulso investigatório, especialmente em áreas sensíveis como a corrupção e a criminalidade financeira" - quem diria? -, de tal forma que, referem, nem o Estado Novo se lembrara de tal coisa, ainda escreveram a Fernando Negrão uma cartinha amorosa.

 

Quanto ao secretário-geral do PSD diz que não se quer alongar em explicações. E é pena. Estava com uma certa fezada de que ele nos poderia esclarecer quais os processos que poderiam ser "agilizados" com as mudanças propostas e que tanto irritaram os investigadores da PJ.

Os idosos de Guimarães vão ao zoo demagógico

Rui Rocha, 28.05.11

Não há dúvida. O PS é um partido inclusivo que não descura os aspectos lúdicos e culturais. Primeiro, abriu os braços para acolher na campanha os imigrantes da secção do Martim Moniz. E faz bem, uma vez que, como Francisco Assis reconheceu, ele que conhece bem a dita secção, são militantes muito activos. Depois, decidiu proporcionar aos participantes uma visita gratuita ao SEA LIFE para promover o conhecimento das profundezas dos oceanos. E faz bem, pois que tendo o PS afundado o país, é muito oportuno que os simpatizantes saibam o que os espera. Agora, pelo visto, são os idosos de lares de Fermentões e Guardizela, em Guimarães, a beneficiar das maravilhas do estado social na versão Sócrates 2011. Desta vez, o programa inclui apenas (e não é pouco, caramba!) a participação numa acção de campanha com a presença de José Sócrates. E faz sentido. Uma vez que não há jardim zoológico em Guimarães, esta é uma oportunidade única para os idosos verem ao vivo um animal político que, como se sabe, é um exemplar único do zoo demagógico.

Já vai sendo tempo de aprender

João Campos, 17.05.11

É também por isto - e para ver se o povo português mete na cabeça, de uma vez por todas, que nas Legislativas não vota no Sócrates, no Passos Coelho ou noutro tipo qualquer, mas nos deputados que o vão representar na Assembleia da República - que seria muito interessante que o PS até fosse o partido mais votado a 5 de Junho, mas que fosse empossado um governo maioritário PSD+CDS. 
Evidentemente que, dado o que foram os seis anos de Sócrates, o PSD de Passos Coelho tinha a obrigação de sozinho conseguir maioria absoluta, mas isso seria pedir demasiado à actual direcção do partido. 

Temas fracturantes

Ana Margarida Craveiro, 15.12.10

Esta campanha presidencial está realmente ao rubro nas questões fracturantes que interessam a todos os portugueses (e consta que às portuguesas também):

 

1. Eu conheço mais pobres que tu. (Quem nunca viu o brilho nos olhos depois de uma côdea de pão, etc., etc.)

2. Eu estive em mais teatros de guerra que tu. (Depois de Angola 69, temos o Líbano 82. Aguardo ansiosamente pelo Kosovo 99 e Afeganistão 08.)

3. Eu sou mais anti-fassista que tu. (Um clássico, mas que nunca passa de moda. E tu, onde estavas no Abril de 71? A única resposta certa é Casablanca.)

 

Como o Natal não é todos os dias, acrescento umas sugestões da minha lavra:

 

1. Eu tenho mais netos que tu. (A questão demográfica é também uma questão de classe, não se iludam.)

2. Eu como mais bolo-rei que tu. (Juro que não foi de propósito, é que uma filhós para mim não é bem uma filhós para outra pessoa.)

3. Eu apanhei mais reguadas da D. Adozinda que tu. (Os problemas da educação: será que antigamente, quando as crianças pregavam pregos em tábuas, é que era?)