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Delito de Opinião

Fontes de desgraça

Paulo Gorjão, 22.09.09

Maria João Avillez, ontem, em conversa com Mário Crespo na SIC Notícias chamou a atenção para o facto de o Público ter duas fontes. O que, aliás, na sua entrevista com Ana Lourenço, o próprio José Manuel Fernandes já tinha revelado. Dito de outra maneira, a fonte de Agosto de 2009 não é Fernando Lima, i.e. a fonte de Abril de 2008.

Este dupla confirmação tem relevância na medida em que confirma que a Presidência da República acreditava mesmo que poderia estar sob vigilância e/ou sob escuta.

A partir daqui há diferenças cruciais entre as duas fontes. Lima tomou a iniciativa de estabelecer o contacto. Tinha um guião e uma agenda. A "encomenda", porém, não podia ser atribuída à Presidência da República.

O Público investigou e não publicou a história. Dito de outra maneira, a encomenda foi enviada ao Público, mas não foi entregue, i.e. não foi publicada. Até Agosto de 2009, um ano e meio depois. O que mudou? Várias coisas, entre elas o facto de a Presidência da República poder ser citada, na sequência da autorização dada pela segunda fonte. É nesta altura que o Público decide dar luz verde à história, neste caso claramente sem "encomenda".

 

P.S. -- Questão interessante, não sendo Lima, quem tem espaço na Presidência para falar com a comunicação social e autorizar a citação? Esta segunda fonte tinha conhecimento da operação de Lima? E Lima terá tido conhecimento das declarações desta fonte?

 

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