Em 1936, escrevendo sobre Liverpool, cidade portuária que achou decepcionante, Graham Greene descreveu-a assim: “Ninguém vai por prazer a Liverpool, com a sua pracinha acanhada e as tabuletas ao alcance da mão. Ali todos os botequins e cinemas fecham às dez horas da noite.”
Exactamente um quarto de século depois, Liverpool serviria de berço aos Beatles – a maior exportação britânica de todos os tempos. Por mais treinado que esteja o nosso olhar, podemos sempre equivocar-nos em relação às cidades, como em relação às pessoas. Mais do que uma questão de perspicácia, é uma questão de perspectiva. E de oportunidade.