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Delito de Opinião

Escrever direito, por linhas tortas

Carlos Barbosa de Oliveira, 31.08.09

Vasco Pulido Valente escreve um artigo no “Público” de sábado, onde minimiza o interesse dos programas eleitorais e, a partir daí, tira a ilação de que a escolha dos portugueses será feita com base na personalidade de Sócrates e MFL.
VPV escreve a determinada altura:
“MFL estabeleceu uma diferença entre ela e o engº Sócrates. Não se confundem. Nem no estilo, nem no carácter, nem na visão da sociedade, nem no que se propõem fazer.”
Não poderia estar mais de acordo. No entanto, se esses fossem os parâmetros de avaliação dos portugueses, Sócrates já poderia cantar vitória. Apesar de todos os defeitos  que se lhe reconhecem,  está a anos-luz de MFL.
Sócrates é mais consistente. É arrogante, mas não recorre sistematicamente ao insulto, nem passa o tempo a lançar a suspeição sobre os seus adversários políticos. Tem, apesar de tudo, uma visão da sociedade menos intolerante. Preocupa-se (pouco) com os mais desfavorecidos, mas não os despreza. Não enche a boca com declarações farisaicas de verdade e transparência, para  depois incluir nas listas de deputados gente com comportamentos cívicos (não estou a falar de questões judiciais) como o de António Preto. Não é cobarde. Quando vai à Madeira não se deixa humilhar, remetendo-se ao silêncio. Faz propostas para Portugal, não discorre sobre o vazio.
A diferença, objectiva, de carácter e estilo, é francamente favorável a Sócrates. A sua visão da sociedade portuguesa e as propostas que faz para o país são, apesar de tudo, bem mais consentâneas com as necessidades da sociedade portuguesa.
A explicação é simples. Sócrates acredita que está a fazer o melhor para Portugal. MFL quer o poder a qualquer preço e não faz a mínima ideia do que fará se o poder lhe cair nas mãos.
 

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