A greve compensa
Esta empresa dá prejuízo atrás de prejuízo. A TAP que, por lei, não pode controlar a empresa, na prática, controla-a. Há muito que a companhia aérea nacional procura um investidor privado que queira comprar a Groundforce (como já referi, a legislação a isso obriga). Contudo, dificilmente alguém estará interessado numa empresa que em 2008 apresentou um prejuízo de cerca de 36 milhões de euros. Uma reestruturação da mesma é necessária. Os sindicatos, em nada aproveitando o facto de estarmos próximos de eleições, forçam a adopção de um acordo que dificulta qualquer reestruturação, pedindo a acção do governo para salvar postos de trabalho na empresa. O governo, através da TAP, cede à pressão dos sindicatos. Nem tão cedo aparecerá um privado interessado na empresa. Nem tão cedo a empresa deixará de apresentar prejuízo. Para um privado o prejuízo constante não é opção. Em empresas controladas pelo Estado é. Todos sabemos quem é que paga. Para o contribuinte não há quem o salve. Neste país, o direito à greve, legítimo e justo, está totalmente desvirtuado, aproveitando sobretudo a quem procura extrair rendas junto do contribuinte.