O que parece nem sempre é
A autoconfiança é um atributo fundamental num político. John Kenneth Galbraith notou certa vez que nunca tinha conhecido um homem tão confiante em si próprio como John Fitzgerald Kennedy – o que serve para explicar grande parte do sucesso do 35º presidente norte-americano, ainda hoje uma das personalidades mais aclamadas do século XX. No fascinante livro The Best and the Brightest, dedicado aos bastidores da presidência Kennedy, David Halberstam mostra-nos outra característica do jovem presidente que acabaria por ser assassinado em Dallas: ele era exactamente como parecia. Ao contrário de outros políticos, que fazem tudo para parecer o que não são, Kennedy tinha uma autenticidade que empolgava os seus adeptos e desarmava os seus adversários.
Este episódio ajuda a demonstrar a importância da autenticidade na política. Um dirigente postiço, plastificado, sempre em pose, acaba cedo ou tarde por ser desmascarado. Perde grande parte da sua capacidade de atracção quando lhe desvendam o verdadeiro rosto. E termina esgotado por ter consumido energias em excesso ao tentar parecer o que não é.