A memória do outro lado da rua
O Pedro Sales explica aqui muito bem (e o Pedro Correia recomenda-o aqui em baixo) que a ideia peregrina de pagar 200 euros por cada rebento não incentiva a natalidade, mas antes premeia a banca, que passaria a receber um bónus anual que só ela pode utilizar durante 18 anos. Passado esse tempo, a importância libertada talvez desse para suportar um almoço em família.
Se a hipotética iniciativa se torna ainda menos agradável vista deste modo, a conclusão não é mais atraente: por via daquele almocito familiar 18 anos depois, «talvez então se recordem de José Sócrates com outros olhos». Longe vá o agoiro. Se alguém vier a recordar-se dele com outros olhos, ao menos que a memória circule no passeio oposto.