Socialismo natal
Tenho andado pela Rua Direita a explicar, com um conjunto de pessoas, porque vou votar CDS nas próximas eleições. Tarefa que me tem deixado com pouco tempo para outras andanças e outros comentários.
Mas esta recente proposta de José Sócrates dar 200 euros por cada rebento (em boa hora destacada pela Leonor e pelo Pedro), para além de merecer a nossa gargalhada, merece uma série de outros comentários.
A proposta do PS não é apenas disparatada nem eleitoralista, que também o é. É uma medida puramente socialista, de quem acha que pode resolver os problemas da natalidade com subsídios e incentivos directos e discriminações positivas. Como sempre, ficam por resolver todas as outras barreiras que, desde a lei do arrendamento à rigidez laboral passando pelo regime fiscal, impedem as famílias de, querendo, terem mais filhos. E assim se deitam uns bons milhões de euros ao lixo. É isto o socialismo.
De facto, e repito o que já escrevi, há duas alternativas nesta matéria. De um lado, as medidas de apoio directo à natalidade como veículo privilegiado de acção, que é o lado socialista. De outro, eliminação de todas as discriminações negativas que afectam a família e que a impedem de, em liberdade, escolher ter um filho ou não, que é o meu lado.
É por isso que a medida socialista é má, para além de eleitoralista. O problema não é o montante ser pequeno. É a política estar errada, como aliás se comprova por um qualquer estudo comparativo de políticas de natalidade.