2º Encontro da quadrilha
Ontem foi um dia especial para os delinquentes. Com ordem de soltura para um passeio no pátio* para desentorpecer as pernas, respirar o ar puro e morno de uma bela noite de Verão lisboeta, e também - ou não fosse o delito a opinião - conspirar e delinear estratégias futuras de fuga ou de motim, ou ainda de manobras de diversão para iludir a guarda armada da blogosfera. Chegaram das suas celas da ala esquerda e da ala direita, bem dispostos e compinchas, misturando-se no corredor central com uma animação de velhos amigos, e desceram até ao pátio, onde os esperava um jantar de ração melhorada:
Pão, azeite aromatizado, azeitonas curadas
Sopa fria de caramelo de Alho com Tomates Cereja e Mozarelas
Lombo de Bacalhau com “Manja” à moda da Maçussa
Carne de porco preto confitado com migas de coentros
Bolo “Gazeta”
Tudo isto bem regado a
Casal do Além – Bucelas
àgua mineral, café
Falaram de tudo com humor e camaradagem - também de política, pois claro! - e sobre a mesa correram as mais escaldantes fofocas da actualidade nacional, o amor aos animais, a paixão das viagens, novidades e velharias, enfim, tudo o que faz as delícias de uma quadrilha de delinquentes. Alguns eram residentes ou chegaram da vizinhança: a Teresa, o Pedro, o Carlos (o anfitrião), a Leonor, eu, a Sofia, o Adolfo, o André e o Paulo. Outros foram transferidos de estabelecimentos mais longínquos: o Joaquim (do Porto) e o António Manuel (do Alentejo), e para lá voltaram nos respectivos carros celulares.
Houve membros da quadrilha que não puderam estar presentes, em gozo de licença ou ocupados com planos de fuga: a Ana Cláudia, a Ana Margarida, o Jorge, a Marta, a Cristina, o José, o Sérgio. Muito notada foi também a ausência de um ilustre ocupante da solitária (na Terceira): o João.
Mas todos eles estiveram lá em espírito e foram incluídos nos brindes.
Depois de muita conversa, à uma da manhã lá foram dispensados os delinquentes, mas em liberdade condicional. É que a pena é para cumprir: um jantar de convívio periódico, para manter viva a chama desta perigosa troupe. Porque o crime... compensa.
Até ao próximo!
* O pátio é o do Clube de Jornalistas, onde o jantar teve lugar.