Tio, Sócrates & Smith (2)
José Sócrates, a quem se reconhece a preocupação constante com os detalhes, diz que não se lembra se o tio o contactou para receber interessados na Freeport. Não devem estar zangados por causa do outlet, que correu bem, mas devem estar zangados por algum motivo, quando não já teria facilmente preenchido esse lapso de memória.
Rui Gonçalves, secretário de Estado do Ambiente quando Sócrates era o ministro, diz que não se lembra dos participantes numa reunião para desbloquear os interesses da Freeport, além do então ministro, dele próprio e do ex-presidente da câmara de Alcochete, José Inocêncio. Não devem estar todos zangados por causa do outlet, que correu bem, mas devem estar zangados por algum motivo, quando não também já teria facilmente preenchido esse lapso de memória.
Falta saber se Charles Smith, figura aparentemente central da investigação do imbróglio por parte das autoridades britânicas, tem boa memória. Uma lição, porém, podemos começar a tirar deste caso «Tio & Associados»: é importante passarmos a recusar ministros de memória curta, a favor dos que tiverem a mania de escrevinhar e coleccionar papelinhos, tipo Paulo Portas.
Devemos ter sempre ministros com memória de elefante. E que defendam a união da família, o valor das velhas amizades e essas coisas todas, que dão boa nota da sua formação e dão um jeitaço quando é preciso.