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Delito de Opinião

Manobra de dissuasão

Paulo Gorjão, 26.07.09

Joana Amaral Dias poderia ter sido convidada pelo PS, recusar o convite e encerrar o assunto em privado e em silêncio. Entendeu, por razões que não interessa para o caso, comunicar o sucedido a Francisco Louçã. Este, por sua vez, poderia ter ficado a saber do sucedido e nada dizer em público. Entendeu, todavia, criar um caso político. E é aqui que o caso se torna interessante: por que motivo Louçã decidiu amplificar e dar um impacto político ao convite?

Dissuasão, pura e dura. Louçã entendeu responder de forma desproporcional, de modo a incutir um custo, ou a expectativa de um custo, de tal forma elevado que obrigue o PS a pensar duas vezes antes de voltar a abordar alguém do BE.

Ironicamente, a reacção de Louçã revela também fraqueza. Algo surpreendentemente ficámos a saber que o líder do BE receia as investidas do PS nas suas águas. Louçã receia eventuais deserções nas fileiras. Quem diria?

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