Ahmadinejad e o amigo de Caracas
A gigantesca fraude eleitoral no Irão, seguida da brutal repressão contra os opositores do regime que já provocou oito mortos, estão a chocar o mundo. Todos deploram a prepotência da ditadura teocrática que tem vindo a expulsar os repórteres estrangeiros e proibiu até a captação de imagens na rua por telemóveis. Todos? Todos não. De Caracas chegou entretanto um comunicado de felicitações de Hugo Chávez, que se afirma feliz pela "grande vitória" do presidente fantoche Ahmadinejad enquanto dispara as habituais críticas contra os "porta-vozes do imperalismo".
Há certas atitudes que dispensam qualificativos: são suficientemente expressivas para falar por si. É o caso desta mensagem de solidaridariedade manifestada por Chávez aos déspotas de Teerão, que se arrisca a ter o efeito contrário do pretendido. Vinda de quem vem, constitui afinal um incentivo suplementar à mobilização cívica de largos milhares de iranianos que arriscam a própria vida na rua em defesa da liberdade.