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Delito de Opinião

Votar ou não votar

Pedro Correia, 21.11.13

No mais recente dos seus sempre muito apreciados artigos do Diário de Notícias, Mário Soares faz um tardio, embora merecido, elogio a Ramalho Eanes, seu antecessor no Palácio de Belém. E revela mesmo ter votado em Eanes, não só para o primeiro mandato, em 1976, mas também para o segundo, quatro anos depois. "Tivemos divergências depois da reeleição do presidente em quem aliás votei", escreve o antigo Chefe do Estado.

Neste ponto, Soares parece desmentir Soares. É que no segundo volume da excelente entrevista biográfica que concedeu a Maria João Avillez, o ex-líder socialista revela ter votado então num general, mas não chamado Eanes.

"Em quem votou?", perguntou-lhe a jornalista. Resposta de Soares: "No general Galvão de Melo. Foi um voto de protesto, completamente inútil. Também poderia ter votado em Pires Veloso [outro general], com quem aliás simpatizo. Ou em branco. A questão dirimia-se entre dois [Eanes e o general Soares Carneiro], nos quais, em consciência, não podia votar." (Soares-Democracia, p. 125, Círculo de Leitores, 1996).

Fico na dúvida: em que Soares devo acreditar? No de 1996 ou no de 2013?

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