As Singularidades do Coração Amarelo
Helena Sacadura Cabral, 12.11.13
A Ana Vidal, poeta, tem um coração de ouro. Quanto mais coisas sei dela, mais a aprecio. Há uns dois meses, com aquela discrição que a caracteriza, pediu-me uma frase sobre a velhice para um projecto do Coração Amarelo. Enviei.
Hoje, ao chegar a casa de mais uma entrevista, tinha no correio uma pequena preciosidade: um livro lindíssimo com fotos de mulheres e homens de cabelos brancos. Cada retrato tem uma frase a fazer-lhe companhia. Lá estava a minha entre tantas outras de gente mais sólida do que eu e dos universos mais variados.
A obra chama-se "Singularidades" e as escolhas não podiam ter sido melhores. Ao folheá-lo confirmei como o olhar dos velhos é tão transparente!
A obra chama-se "Singularidades" e as escolhas não podiam ter sido melhores. Ao folheá-lo confirmei como o olhar dos velhos é tão transparente!
A Associação Coração Amarelo, uma IPSS - Instituição Particular de Solidariedade Social, foi fundada em 2000 por um grupo de sete amigas – Rosa Maria Araújo, Maria Manuela Marques Alves, Elvira Rojão, Helena Cadete Bernado, Lisete Oliveira, Lucília Fernandes de Campos, Ana Pires Marques - sensíveis aos problemas sociais, que viriam a centrar a sua atenção no combate à solidão dos mais idosos.
Desenvolve a sua actividade em parceria, em estreita colaboração ou com o apoio de entidades como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Cruz Vermelha Portuguesa (Projecto “Mais solidariedade menos solidão”), Segurança Social, Câmaras Municipais de Lisboa, Cascais, Sintra, Porto, Oeiras e Porto de Mós, Montepio, Fundação Calouste Gulbenkian, Plataforma Saúde em Diálogo, SIC Esperança e Delta Cafés através do Projecto “Tempo para dar”, BES através da iniciativa “Mealheiro da Avózinha”, com os “Voluntários com Asas” dos colaboradores da TAP (desenvolvendo o projecto ”Seja tripulante por um dia”), Grupo José de Mello Saúde e outras, dedicando-se, em regime de total voluntariado, a minimizar a grande solidão em que muitos idosos vivem em Portugal, fazendo-lhes companhia e ajudando-os em pequenas tarefas caseiras ou no exterior, levando-lhes o afecto e a atenção que lhes falta no fim das suas vidas.
Vive exclusivamente de subsídios diversos, das quotas dos seus associados, de donativos, de receitas de eventos que regularmente organiza, salientando-se as “Colectivas de Arte”, o lançamento simultâneo de uma serigrafia da escultora Maria Morais e a edição de dois livros “Solidão” e “Menos Solidão””, dos quais constam textos alusivos à solidão e à solidariedade da autoria de personalidades da vida nacional e imagens de todas as obras expostas nas referidas Colectivas e fotografias de bons fotógrafos portugueses.
Vale a pena comprar este livro e ajudar aqueles que nesta época do ano ainda se sentem mais sós. E, se não conhecem este Coração, aconselho-vos a cuidarem bem dele e a visitarem o site da casa em www.coracaoamarelo.pt