Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

Francisco: eis o homem

Rui Rocha, 08.11.13

Têm razão os mais ortodoxos quando referem que Francisco não mudou nada no essencial das posições dogmáticas da Igreja Católica, nomeadamente no que diz respeito às questões ditas fracturantes. O que temos é uma mudança radical de atitude, que não nos princípios. Não questionando de momento o essencial do ponto de partida, Francisco revaloriza o ponto de chegada. O Papa que pergunta, o Papa que acolhe, o Papa do exemplo da humildade sobre a ostentação, da valorização do perdão sobre a condenação, o Papa da compaixão ainda e sempre, mesmo e sobretudo para os que não escolheram o caminho que a Igreja Católica prega. O Papa dos tresmalhados, dos desiludidos, dos esquecidos, dos doentes, dos pecadores, dos perdidos, dos imigrantes, dos sem pátria, dos inocentes. O Papa a quem o míudo quer roubar a cadeira. O Papa que abraça e beija os disformes. Este é um Papa próximo de Cristo e pouco ou nada preso à norma teológica. O risco é evidente. Francisco pode vir a ser o exemplo humano e vivo da viabilidade de um último reduto de redenção e de esperança das mulheres e dos homens. Todavia, é possível acreditarmos em Francisco sem que nos seja urgente redimirmos a Igreja Católica. Como se Francisco estivesse aqui para nos recordar que Cristo veio primeiro e só depois vieram a(s) sua(s) igreja(s).

42 comentários

Comentar post

Pág. 1/2