Livros de cabeceira (17)
Adormecer a ler é das melhores sensações do mundo. Aquela altura em que leio e releio a mesma linha, teimo com o sono e as pálpebras, já não vejo nada mas quero ver. Gosto muito, desde criança.
Sempre andei com livros atrás e em pilha, mesmo que os deixe a meio ou a preguiça ciclicamente me impeça de ler ao ritmo e na quantidade que idealizo em esboços imaginários de "daqui para a frente vou ser assim". Nunca sou.
Sempre tive pilhas ao lado da cama, ou em cima como é o caso por estes dias. Reduzi-a recentemente ou teria de lhe arranjar uma almofada também, já que partilhamos a mesma cama.
Explicando: há sempre um livro de mesinha de café para folhear pontualmente, no caso o dos Sopranos (alterno com uma fotobiografia de JFK e todas as crianças Kennedy em Martha's Vineyard numa altura em que as tragédias eram menos (sempre as houve na família, já sabemos).
Há sempre uma ou outra revista, a Time Out vê-se bem e não pesa. Fica a representar bem essa camada da minha cabeceira.
O "Por Entre As Guerras", de Mário de Carvalho é daqueles livros (tal como o de Leonardo Da Vinci) que já li mas gosto de reler de vez em quando, com a vantagem de cada capítulo ser um relato de um conflito diferente e poder saltitar por entre as guerras. Gosto muito deste testemunho bélico na primeira pessoa, muito respeito por este impressionante cv de quinze cenários de guerra para captar imagens.
Por último, mas no topo, sempre o livro que leio actualmente. No caso "Abraço" de José Luis Peixoto. Ainda no início, salientarei apenas que gosto sempre de ler um autor que domina a nossa língua, e José Luis Peixoto além disso é de uma sensibilidade extraordinária nos seus livros.