Europeias (43)
PS: O PECADO MORA AO LADO
Li o programa do Partido Socialista às eleições europeias.
Principais propostas:
- Aposta no desenvolvimento sustentável
- Defender e promover o emprego
- Regular o sistema financeiro
- 'Reorientar' a Política Agrícola Comum e a política de pescas
- Revisão profunda do Pacto de Estabilidade e Crescimento
- Uma política de imigração eficaz e justa: criação de uma Carta Europeia para a Integração de Imigrantes
- Igualdade de género
- Assegurar os direitos sindicais antes da liberdade económica
- Criação de uma Carta Europeia para os Estágios. Para que os jovens europeus que procuram emprego vejam os seus direitos garantidos
Comentários:
- Quando comecei a ler este programa, pensei que se tratava de um partido da oposição em vez de um partido que é governo há mais de quatro anos. Reparem só no parágrafo inaugural: "Atravessamos tempos difíceis, que nos apresentam novos desafios. Uma crise financeira sem precedentes trouxe-nos uma grave recessão económica, desemprego e receio do futuro. Simultaneamente, continuamos a enfrentar ameaças à nossa segurança, como o terrorismo e a criminalidade." Fantástica, a capacidade de autocrítica do PS.
- Entre outros objectivos de alcance planetário, os socialistas propõem-se "lutar contra as alterações climáticas". Certíssimo. Mas para esse efeito deviam ter candidatado o meteorologista Anthímio de Azevedo como cabeça de lista em vez de Vital Moreira.
- Defende-se o 'aprofundamento da democracia europeia', mas nem uma palavra sobre a consulta aos portugueses no referendo que José Sócrates prometeu em vão no programa eleitoral de 2005 e reiterou sem consequência no discurso de investidura como primeiro-ministro. Uma omissão muito significativa.
- O programa insurge-se contra as "esquerdas anti-sistémicas" - será uma referência velada ao PCP e ao BE? Um exemplo da falta de clareza do 'sistémico' discurso rosa.
- Os socialistas disparam contra o 'neoliberalismo', aproximando-se neste particular das 'esquerdas anti-sistémicas'. Os bons espíritos sempre se reencontram...
- "A Europa e o mundo têm de mudar de paradigma." Seja lá o que for que isto significa.
- O PS propõe-se "relançar a economia". Teme-se o pior.