Europeias (41)
PSD: O REFERENDO DEBAIXO DO TAPETE
Li o programa do Partido Social Democrata às eleições europeias.
Principais propostas:
- Incentivo às pequenas e médias empresas
- Definição de políticas comuns, na UE, em matéria de asilo, vistos e imigração
- Investimento nas energias alternativas
- Combate à corrupção
- Combate à incompetência e ao desperdício dos fundos estruturais
- Simplificação dos procedimentos nos programas europeus, com a criação da Rede Autarquias Europa
- Criação do Erasmus-Emprego, para incentivar a mobilidade no primeiro emprego
- Apoio à recondução de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia
- Defesa intransigente do Tratado de Lisboa
Comentários:
- Demasiadas generalidades e vacuidades.
- Nem uma palavra sobre a actividade exercida pelos eurodeputados sociais-democratas na legislatura cessante, aliás quase todos afastados desta lista eleitoral. Isto legitima a interrogação dos eleitores: o que andaram a fazer por lá?
- Nem uma palavra sobre o referendo europeu, como aliás já se previa. O PSD deixa assim cair uma das suas bandeiras programáticas de referência, que desde os tempos fundadores, de Francisco Sá Carneiro, distinguiam este partido do PS.
- Nem uma palavra sobre a possível adesão da Turquia à UE, outro tema incómodo varrido para debaixo do tapete. Significativamente.
- Registe-se o apoio sem reservas ao Tratado de Lisboa, coincidindo com a posição oficial dos socialistas.
- Apenas uma boa proposta: a criação do Erasmus-Emprego. Insuficiente para um partido com a vocação 'reformista' e o protagonismo do PSD.
- Detesto a expressão 'capital humano'. E, por maioria de razão, a frase "Apostamos no investimento no capital humano", usada pelo PSD neste programa tão vazio de ideias. As pessoas não são 'capital humano'. Nenhum social-democrata digno desta herança política devia pronunciar-se assim.