Blue Jasmine
Derrotada pelo calor - não posso andar com o ar condicionado atrás de mim - voltei aos meus Domingos. Almoço e cinema com amigos.
No outro polo está a irmã, Sally Hawkins, digna representante de um proletariado que jamais deixará de o ser, que a recebe quando fenece o mundo cor de rosa da primeira.
A crítica social de Allen não se fica pelo mundo dos ricos e da sua loucura. Ela estende-se a esse proletariado crédulo, manejável, que se pauta pela falta de ambição e recua sempre que o seu pequeno mundo é ameaçado.
Tudo se torna surreal quando Cate se passeia vestida de roupa de marca no bairro pobre onde a irmã vive, ou quando esta frequenta, com roupa espalhafatosa, o mundo da gente com dinheiro, nessa permanente dicotomia dos dois pequenos universos que elas representam.
Um belo filme que nos não azeda nem deprime, talvez porque Woody Allen nunca é moralista nas histórias que conta e tem a mesma dose de humor negro quer para ricos quer para pobres. Felizmente, aquilo que o continua a interessar são as pessoas!