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Delito de Opinião

Arrumar a biblioteca (X)

Pedro Correia, 18.09.13

Júlio Verne, Yourcenar e Colecção Vampiro

 

Começa finalmente a tomar forma a minha nova biblioteca -- arrumada por temas e autores. Mas antes disso, como ontem mencionava aqui, fui espalhando as diversas colecções literárias por várias prateleiras.

Além das já referidas, são estas as principais:

 

Colecção Dois Mundos. Foi durante três décadas a mais destacada colecção de ficcionistas mundiais em Portugal, com a chancela da editora Livros do Brasil. Que proporcionou o contacto dos leitores portugueses com obras como Por Quem os Sinos Dobram (Ernest Hemingway), A Condição Humana (André Malraux), Rua Principal (Sinclair Lewis), Debaixo do Vulcão (Malcolm Lowry), Os Buddenbrook (Thomas Mann), Servidão Humana (Somerset Maugham) e O Homem sem Qualidades (Robert Musil). Tenho 49 (contagem provisória).

 

Colecção Miniatura. Também dos Livros do Brasil, foi precursora dos "livros de bolso" entre nós e deixou igualmente um excelente rasto na divulgação de grandes autores. Com títulos tão marcantes como O Velho e o Mar (Hemingway), O Terceiro Homem (Graham Greene), O Exílio e o Reino (Albert Camus), Bairro Negro (Georges Simenon), Na Minha Morte (William Faulkner), Horizonte Perdido (James Hilton) e O Céu é o Meu Destino (Thornton Wilder). Já reuni 31, mas tenho a certeza de que ainda me aparecerão mais.

 

Colecção Livros de Bolso Europa-América. Muito popular quando foi lançada, no início dos anos 70, foi-se prolongando décadas adiante, sempre com um público fiel. Mesclando autores nacionais e estrangeiros. Com títulos como Esteiros (Soeiro Pereira Gomes), Bel-Ami (Guy de Maupassant), O Médico e o Monstro (Robert Louis Stevenson), O Zero e o Infinito (Arthur Koestler), Lord Jim (Joseph Conrad), O Lobo do Mar (Jack London), Contos (Eça de Queirós), A Honra Perdida de Katharina Blüm (Heinrich Böll) e Coração, Solitário Caçador (Carson McCullers). Contei, para já, 37.

 

Colecção Vampiro. A inconfundível série que espalhou o crime como nenhuma outra nas estantes portuguesas, decana actual das colecções literárias nacionais, lançada em 1947 por Augusto de Souza-Pinto, administrador da editora Livros do Brasil. Com títulos de Agatha Christie, Georges Simenon, Rex Stout, Ellery Queen, S. S. Van Dine, Mickey Spillane, Erle Stanley Gardner, John Dickson Carr, Peter Cheyney, Leslie Charteris e tantos outros. A contagem vai em 87, mas ainda tenho uns quantos espalhados por aí.

 

São demasiadas colecções para mencioná-las todas. A dos Livros RTP. A Colecção Prémio Nobel, lançada há uns anos com manifesto sucesso pelo Diário de Notícias. A Colecção Clube do Crime, da Europa-América. A dos Clássicos do Romance Contemporâneo, da Ulisseia (uma das minhas preferidas, até por dela constar as Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar. A Colecção Ficções, da Relógio d'Água (O Grande Gatsby, Orlando, Pela Estrada Fora, O Retrato de Dorian Gray). A Colecção Unibolso. A Biblioteca Juvenil Dom Quixote (As Aventuras de Robin dos Bosques, As Aventuras de Tom Sawyer, O Cavalo Preto, O Mundo Perdido). A excelente Biblioteca Sábado (O Carteiro de Pablo Neruda, Os Filhos da Meia-Noite, Mancha Humana, A Casa dos Espíritos, L. A. Confidencial, Vasto Mar de Sargaços).

E há, claro, as obras completas dos mais variados autores. A integral de Jorge Luis Borges -- edição imperdível da Teorema. Todo o Torga, no Círculo de Leitores. Agatha Christie do princípio ao fim, com a chancela da Asa. Os empolgantes romances de Júlio Verne, com edição Bertrand, que sempre associarei aos meus anos de infância e adolescência. O imprescindível Nelson Rodrigues, da brasileira Companhia das Letras.

 

Descanso dos livros procurando notícias do mundo da comunicação, nada boas para os canais generalistas portugueses, que se encontram em queda livre, com fugas constantes dos telespectadores para os canais por cabo.

"SIC e TVI vivem a pior fase do século XXI", informa-me a revista Correio da Manhã TV. Em Agosto, o canal de Carnaxide desceu a barreira dos 20 pontos percentuais de audiência média diária (registando 19,3%), enquanto o canal da Media Canal consegue pouco melhor, ficando-se pelos 22,3%.

São números que condizem com os meus hábitos enquanto consumidor de televisão: cada vez vejo menos os canais generalistas. E as pessoas que conheço fazem o mesmo.

Números que deviam acender todos os sinais de alarme junto dos programadores de televisão, aparentemente incapazes de alcançar novos públicos. Mas duvido que alterem a actual rota suicida.

 

Fim das notícias por hoje. Nada como terminar a tarefa diária ao som de uma das músicas da minha vida: a Cavatina, que serve de banda sonora ao inesquecível O Caçador. Aqui interpretada por Christopher Parkening, mestre da guitarra.

 

Até amanhã.

 

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