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Delito de Opinião

A consciência da idade

Helena Sacadura Cabral, 10.08.13
Não sei se foi do calamitoso calor que se fez sentir nos dois últimos dias ou se foi do facto de eu estar mais atenta ao que me rodeia - as férias também servem para isso, ao contrário do que muitos pensam -, a verdade é que dei comigo a pensar nas diversas maneiras como cada um encara a idade. E pensei sobretudo nas mulheres. Porque estas, por norma, entendem que pouco nada ganham com o passar dos anos, e porque talvez seja uma realidade que conheço melhor.
À partida começo por confessar que tenho dificuldade em compreender quem esconde a idade. Não considero que seja necessário badala-la de forma sistemática, mas não vejo qual seja o benefício de a não revelar, uma vez que, tal como a filiação consta de um documento público de identificação. Esconder qualquer delas parece-me um contra senso.
Dito isto, a consciência da idade desempenha um papel fundamental na nossa vida. O que se escreve, o que se diz, o que se pensa, a forma como nos olhamos depende de factores vários, cujo enquadramento específico é a nossa experiência vivida e, por isso, também a idade que então temos. Se assim é, porque será que tanta gente sente necessidade de a reduzir ou de a esconder? Alguma razão válida deve haver que eu não descortino.
Ao contrário, pugno para que cada uma de nós tenha consciência dos anos que tem e os enriqueça e embeleze. Que saiba valorizar-se física e intelectualmente, sem jamais cair na tentação ridícula de pretender fazer-se passar por quem já foi, vestindo-se e maquilhando-se em concorrência com as próprias filhas e submetendo-se ao vexame que tal situação sempre representa...

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