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Delito de Opinião

Umas ideias sobre o assunto

Ana Cláudia Vicente, 26.05.09

 

Tenho  visto alguns debates, lido algumas entrevistas e reportagens, mas para lá das habituais palavras de ordem e desta fixação  oportunista e centrífuga nas questões da governação nacional, estou para saber o que pretendem aprovar ou reprovar os candidatos a parlamentares europeus durante os próximos cinco anos. O Pedro Correia já assinou por aqui mais de duas dúzias de posts sobre o próximo acto eleitoral, o sétimo a acontecer por sufrágio universal directo. Nem sempre tenho concordado com a sua percepção acerca da prestação de diferentes forças e protagonistas, mas partilho em absoluto o desapontamento que subjaz a este seu post, e que, suponho, pode ser expresso na forma de uma pergunta bastante simples: mas afinal  a partir de que dia da campanha  passaremos a conhecer alguma coisa em concreto do que pretendem fazer os candidatos ao Parlamento Europeu?

Optimista que sou, passei algum tempo do último fim-de-semana à procura de respostas nos sites e portais do PS, PSD, CDS-PP, BE e CDU. Para minha perplexidade (que os novos media já eram instrumentos partidariamente levados a sério, e não sei quê) só o desta última coligação detém  informação suficientemente detalhada  sobre o trabalho efectuado na legislatura anterior, sobre os presentes candidatos, e sobretudo um programa de acção por especialidade que ultrapassa a fórmula do enunciado de príncipios. Estando ideologicamente distante da dita, como eleitora de pouco me serviu. O PS e o PSD apresentam  alguns dados, mas quase nada aprofundam, ou seja, a praticamente nada se compromentem. Já o CDS-PP e o BE limitam-se a disponibilizar clips e roteiros. Nenhum dos partidos se deu ao trabalho de pensar, por exemplo, nos novos eleitores, deixando nas suas plataformas factologia básica ou infogramas sobre o processo legislativo ou a arquitectura europeia [reparo agora que ainda há pouco Eduardo Pitta apontava esta crónica falta de empenho informativo];  pior,  ninguém parece muito interessado em lembrar aos votantes o facto de que vivemos uma crise institucional, que está por  acontecer há anos uma reforma da União, e que se encontra de momento suspensa a ratificação/rejeição do Tratado de Lisboa. Se este vingar, o Parlamento passará a ter mais peso no processo político e legislativo, co-decidindo com o Conselho Europeu acerca de matérias até à data fora do seu alcance, como a PAC, por exemplo. Isso mesmo: os próximos deputados poderão vir a ter poderes e responsabilidades sem precedentes. Citando Mário de Carvalho, era bom que  trocássemos umas ideias sobre assunto. Ainda vamos a tempo.

2 comentários

  • Pedro, se a abstenção for tão retumbante como prevês será uma ironia bastante triste, tendo em conta que os eleitos poderão vir a ter mais peso do que nunca.
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