Portugal dos pequeninos
Seguro tem razão. O nosso é um problema de crescimento. Antes de mais, e sobretudo, dos líderes políticos. Coelho, Portas, Relvas, Sócrates e ele própio são raquíticos. E o mais grave é que não só são pequenos, como se recusam a crescer. E vivem, assim, como meninos perdidos numa Terra do Nunca, uma fantasia de histórias de piratas, fadas, crocodilos, traições e juramentos. O problema é que as nossas vidas dependem das aventuras destes garotos. Das suas jogadas, dos seus caprichos e cumplicidades. Os acontecimentos das últimas horas seriam uma brincadeira de espadas de madeira num conto infantil, mas só podem ser considerados uma traição se ainda quisermos acreditar que temos um país. Traição ao esforço, ao sofrimento e ao sacrifício de milhões de pessoas nos últimos anos. Não se trata já de falta de sentido de estado. Estamos, mais do que isso, perante a ausência total de sentido de estrado. A começar em Passos e a acabar em Seguro, esta gente perdeu já qualquer noção do ridículo.