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Delito de Opinião

Cenas favoritas de filmes (4)

José Navarro de Andrade, 30.06.13

 

Pelo menos desde que em 1588 ofereceram a El Greco uma parede da igreja de São Tomé de Toledo e ele a preencheu com o céu e a terra, ligados pela morte e o milagre, até aos murais de Diego Rivera, que os pintores, só os mais confiantes, ousam representar o universo inteiro de modo que possa caber num olhar. Isto dito sem ver, parece mentira ou insensata vaidade, mas ponham-se diante do que eles fizeram e digam que não sentem a arte de pôr o mundo na palma da mão.

No cinema não cabem tamanhas enormidades. Pela sua natureza o cinema está condicionado ao movimento, mesmo que se dedique a inventar as suas realidades. E porque no cinema movimento e realidade são a mesma coisa, ambos cosidos pela narrativa, a ele é impossível uma imagem total que nós possamos pôr em ação com o simples poder do nosso olhar.

A isto não se conformou o perverso Hitchcock. De tal modo que decidiu a propósito de um nada da intriga de "North By Northwest" (Intriga Internacional") passar do cosmos ao caos como se fosse um deus a reinventar o big bang primordial. O resultado foi talvez a mais lógica e delirante sequência de toda a arte do cinema.

 

PS - infelizmente não há como inserir este excerto de "North By Northwest" senão através do link:

http://fliiby.com/file/690838/q1fy0ev36p.html

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