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Delito de Opinião

Escrever é lutar

Patrícia Reis, 13.06.13

Hoje, ouvindo José Carlos Vasconcelos, director do JL, jornalista, cronista, escritor, o homem que, lado a lado com Assis Pacheco (ai as saudades), teve o primeiro programa dito literário na televisão pública, em 1974, um programa chamado: Escrever é Lutar, pensei: Hoje escrever é lutar, é arriscar, é reflectir, é espelhar o que se vê e o que se imagina. Depois cheguei a casa e vi que as eleições autárquicas foram marcadas para 29 de Setembro. Votar também é uma forma de luta. O Instituto Nacional de Estatística diz-nos que a maior abstenção está na faixa etária que vai dos 18 aos 40 - aos 40! -, portanto mesmo que esteja um dia de sol, pensem nisto: votar é um direito e um dever, é uma possibilidade, é ainda uma esperança, mesmo que a democracia possa atravessar momentos duvidosos. Ao escrever isto, aqui onde alguém se encarregará de me dar na cabeça (por favor, não hesitem), sei que escrever é lutar e eu luto, como tantos antes de mim e tantos outros depois de mim, por ter uma opinião, por querer reflectir e não viver alheada e empacotada na realidade que me vendem. Dou graças por homens como o José Carlos, como o Assis Pacheco, como o Rui Zink que há 30 anos que publica e continua a sua intervenção cívica sem papas na língua, louvando ainda tantas mulheres, tantas, como Maria Manuel Viana, Maria Teresa Horta, Inês Pedrosa, Lídia Jorge, entre outros e outras, que pela intervenção cívica e pela palavra não desistem de lutar. Pena que a televisão pública não tenha um programa cultural digno desse nome? Pois.

Já agora, este ano é o ano internacional do cidadão, talvez seja altura de reflectir sobre esse direito à cidadania. Digo eu.

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