Com todas as vogais e consoantes
Um amigo que não pôde comparecer ontem ao lançamento do meu livro perguntou-me como correu. Respondi-lhe com uma expressão facilmente entendível em todo o vasto e multifacetado universo lusófono, sem necessidade de nenhum acordo ortográfico: foi bonita a festa, pá.
Parece-me a melhor síntese para esta estimulante reunião entre autor e leitores, na livraria Bertrand do Picoas Plaza, em Lisboa, onde tive o prazer de encontrar ou reencontrar pelo menos cem pessoas (cálculos por baixo) entre as 18 e as 20.15, e assinei mais de 70 livros (cálculos também por baixo).
Reencontrei gente que há muito não via, incluindo colegas de escola e meus ex-camaradas do primeiro jornal onde trabalhei - e de quase todas as outras etapas da minha vida profissional. Até conhecidos de Macau apareceram. Isto sem contar com os meus caros confrades da blogosfera, daqui e de outros locais. Tive o prazer de abraçar o João Távora, o Paulo Gorjão, o João Vilallobos, o Luís Novaes Tito, o José Meireles Graça e o Pedro Quartin Graça, entre tantos outros. Também gostei de ver a Miss Pearls. E de encontrar pela primeira vez bloguistas como José Catarino ou o mentor do inestimável Bic Laranja, que leio sempre com prazer. E até fiquei a conhecer pessoalmente colegas de outros espaços blogosféricos, como a Fátima Soares, o João Paulo Palha, a Joana Nave e o Diogo Agostinho.
O Manuel Fonseca, administrador da Guerra & Paz, fez as honras da casa - nem poderia ser outra pessoa, pois foi ele o responsável pelo desafio, que aceitei com gosto, para escrever esta obra, Vogais e Consoantes Politicamente Incorrectas do Acordo Ortográfico. E o Pedro Mexia deu-me o privilégio de fazer uma brilhante apresentação do livro, que muito lhe agradeço.
Do que eu próprio disse, darei conta aqui, ainda esta semana.
Havia gente da imprensa, da rádio, da televisão e da Lusa. Gente de esquerda e de direita - um pouco à imagem e semelhança do DELITO DE OPINIÃO, que sempre se orgulhou de ser um blogue aberto e variado, tolerante e plural. Lá estavam a Ana Vidal, a Ana Cláudia, a Gui, a Teresa, o Fernando, o João Campos, o Zé Maria, o Zé Navarro, o Zé Gomes André. Os que não puderam ir, nomeadamente por estarem no estrangeiro, tiveram falta mais do que justificada.
Era uma audiência tão plural que havia até apoiantes do Acordo Ortográfico. Contei pelo menos quatro...
Cumprimentei com todo o gosto o Francisco Belard, nome ilustre do nosso jornalismo cultural: há muitos anos que não nos víamos. Conheci pessoalmente leitores que apenas conhecia de nome. E também Ana Isabel Buescu, professora de História da Universidade Nova de Lisboa. E Maria do Carmo Vieira, autora do livro A Arte, Mestra da Vida. E João Roque Dias, outro destacado militante anti-acordo ortográfico, grande activista nas redes sociais. E tantos bons leitores mais.
Outros não foram, mas deixaram-me mensagens amigas e solidárias. Que agradeço do coração. Com todas as vogais e consoantes.
Fotos de Neusa Ayres