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Delito de Opinião

Quotas para mulheres

Ana Margarida Craveiro, 19.05.09

 

A propósito do que o Henrique aqui escreve: enquanto as mulheres portuguesas não tiverem um, mas pelo menos três empregos (o das oito horas, o da família e o da casa), não há quotas que as emancipem. A verdadeira igualdade começará a ser construída no dia em que os anúncios de detergentes não forem imensos bailados de donas-de-casa.

7 comentários

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    Luís Reis Figueira 20.05.2009

    Perfeito, Ana!
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    Ana Vidal 20.05.2009

    Não, Luís. Perfeito, mesmo, seria nem sequer termos de falar neste assunto...
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    Luís Reis Figueira 20.05.2009

    Isso seria na realidade o ideal, Ana, mas a verdade é que não fui eu (nem você também, penso) que teve esta ideia idiota das quotas. Como tal, julgo serem de saudar todas as opiniões que respeitem as mulheres pelo seu valor e mérito intrínsecos e não porque lhes sejam impostas regras aritméticas para a sua integração e representatividade na sociedade. Os idiotas que hoje tentam impô-las, serão os mesmos que amanhã nos imporão que escolhamos o sexo dos nossos filhos em função das quotas que seja mais conveniente preencher em determinado momento.
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    Ana Vidal 20.05.2009

    O post da Ana Margarida põe o dedo na ferida: sem primeiro se aliviar a carga brutal de responsabilidades que têm as mulheres (os tais 3 empregos, que são bem reais para a maioria delas), não há hipótese de paridade. E haverá sempre o argumento idiota de que as mulheres parecem ter pouca apetência para a política, o que não é verdade. Não podem é chegar a mais lados, porque já estão muitíssimo sobrecarregadas!
    O problema está na raíz, por isso esta história das quotas parece-me um mau remendo, e armadilhado.
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    Luís Reis Figueira 20.05.2009

    Ana: Mais incisivo que o post da Ana Margarida é o do Henrique Raposo que lhe deu origem. Este, não se limita a pôr o dedo na ferida, mas põe ambas as mãos em todas as feridas. O seu final, então, é sublime: «Há coisas que não são políticas. Esta é uma delas...Têm resolução “social” e lenta». «Mais: podem não ter resolução, pois podem muito bem não ser problemas reais, mas sim ficções destinadas a preencher agendas políticas.» Isto corresponde inteiramente à minha maneira de pensar sobre este assunto. Subscrevo-o letra por letra.
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    mdsol 20.05.2009

    Mas a política pode ajudar ou prejudicar a resolução do que não é estritamente político. (haverá alguma coisa estritamente política?).
    A dificuldade em encontrar soluções pode acontecer, também, porque continuamos a procurá-las onde está o candeeiro, porque lá se vê melhor, e não as procuramos em locais inusitados, mesmo que lá esteja mais escuro, seja menos confortável a procura e precisemos de uma vulgar pilha de bolso, que obviamente não resolve o problema dos lugares mal iluminados.
    Esperar que se resolva o modo de pensar, de ser, de cada um funcionar, da sociedade se organizar, que foi cristalizando durante séculos, com a medida das quotas, ou outra qualquer avulsa, assim num estalar de dedos, não me parece razoável. Mas impedir qualquer medida que rompa o cerco criado, ainda que atabalhoadamente, alegando que tudo precisa de ser mudado antes, pode ser tão imobilista como aceitar uma medida que se sabe limitada. Há círculos viciosos que precisam de uma lógica nova para se romperem, todos sabemos isso. Mas também podem existir rasgões nesse mesmo cerco que formem nesgas por onde entre um ar diferente. Eu entendo que é preciso alguma humildade existencial para admitir que, nem sempre temos à mão, soluções completas para as questões complexas e que é preciso percorrer um caminho.
    E mesmo que na prática, num primeiro momento, quem "aproveite" as quotas sejam exactamente AS que pura e simplesmente estão mais à mão, pensemos só em quantos homens incompetentes e incultos ocupam lugares de destaque por aí.
    :)
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